Viradouro abre o carnaval com problemas e homenageia a cultura africana

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2015 22h45
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RIO DE JANEIRO,RJ,15.02.2015:CARNAVAL-VIRADOURO - Carnaval 2015. Grupo Especial. Raissa Machado durante desfile da Escola de Samba Viradouro, no Sambódromo Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). (Foto: Dhavid Normando/Futura Press/Folhapress) FolhaPress No Rio

Debaixo de uma chuva forte, que causou um atraso de mais de 20 minutos, a Unidos de Viradouro abriu o Carnaval do Rio de Janeiro. A escola enfrentou problemas com o sistema de som, que falhou algumas vezes. Mesmo assim, seus integrantes tentaram manter o ritmo com muita animação e entrega.

O destaque foi para a letra de “Nas Veias do Brasil, É a Viradouro em Um Dia de Graça”, uma fusão de dois sambas clássicos da Viradouro, que falava da influência dos africanos na cultura e identidade brasileiras.   

Raíssa Machado foi a rainha da bateria, mas quem chamou muita atenção para si foi Juliana Paes, rainha da escola por cinco anos, que desfilou de surpresa na comissão de frente na raiz do baobá, uma árvore africana. A atriz representou a miscigenação entre os africanos, os índios e os europeus. Quem também marcou presença no desfile da Viradouro foram três tenistas famosos. O ex-tenista brasileiro Gustavo Kuerten sambou ao lado dos espanhóis Rafael Nadal e David Ferrer.

O carro abre-alas – cheio de esculturas de máscaras, leões, zebras e outros animais, além de um chafariz – representou o reino de Olorum, o criador dos orixás e dos homens. O efeito das luzes deixou o carro azul, amarelo e dourado, num belo efeito de cores. Por falar em cores, a ala “As cores do Brasil” trouxe foliões vestidos em verde, amarelo, azul e branco.

Confira o samba-enredo da Unidos de Viradouro:

Os negros

Trazidos lá do além-mar

Vieram para espalhar

Suas coisas transcendentais

Respeito

Ao céu, a terra e ao mar

Ao índio veio juntar

O amor, à liberdade

 

A força de um baobá

Tanta luz no pensar

Veio de lá

A criatividade

 

Em cada palma de mão, cada palmo de chão

Semente de felicidade

O fim de toda a opressão, o cantar com emoção

Raiou a liberdade

Tantos o preto velho já curou

E a mãe preta amamentou

Tem alma negra o povo

Os sonhos tirados do fogão

A magia da canção

O carnaval é fogo

 

O samba corre

Nas veias dessa pátria-mãe gentil

É preciso altitude

De assumir a negritude

Pra ser muito mais Brasil

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