Dragon Ball FighterZ entrega o prometido e é melhor jogo da franquia
Dragon Ball é uma das minhas obras preferidas de todos os tempos. A obra de Akira Toriyama me acompanhou por quase toda a minha, desde a primeira animação até os dias atuais, com Dragon Ball Super e todas as suas novas transformações. Essas mudanças eu também acompanhei nos games, curtindo os jogos da franquia desde o Super Nintendo.
Se a jogabilidade dos primeiros games de Dragon Ball me deixavam meio frustrado pela dificuldade (sim, eu era apenas uma criança na década de 1990), as versões para PlayStation 2 já elevaram a minha autoestima, garantindo muitas horas de diversão com as séries Budokai e Tenkaishi.
Lembro do tanto que joguei Budokai 3, em meados de 2004. O jogo trazia uma gama enorme de personagens, misturando todas as sagas da franquia, passando por Dragon Ball, Dragon Ball Z, Dragon Ball GT e os longas do anime. Além do grande número de lutadores, o visual era estonteante para a época, com uma jogabilidade interessante, cheia de combos, golpes poderosos e especiais muito bem elaborados.
Com a chegada de Dragon Ball FighterZ, as ótimas memórias que tive com Budokai 3 retornaram à minha mente e logo bateu o interesse de conferir o título, dessa vez desenvolvido pela ótima Arc System Works e distribuído novamente pela Bandai Namco. Pelo que vi durante os testes beta, FighterZ certamente cativaria os fãs da série.
Escolha a sua equipe e parta para luta
Dragon Ball FighterZ traz a série para os jogos de luta 3v3, em que você escolhe três personagens para formar o seu time e partir para o combate, ao melhor estilho Marvel vs Capcom e The King Of Fighters.
De início você tem a opção de escolher entre 28 personagens, que passam por Dragon Ball Z e Dragon Ball Super. Uma das coisas no qual senti muita falta foi da opção de conseguir ir transformando os personagens durante a batalha. Aqui você já escolhe Goku e Vegeta em suas versões Super Saiyajin ou Super Saiyajin Azul, por exemplo.
O elenco pode até ser considerado curto se pensarmos no tanto de personagens que passaram pelo mangá e anime, mas olhando para a realidade dos jogos de hoje em dia, é até aceitável ter 28 combatentes.
É muito importante saber utilizar bem o trio de lutadores que você escolhe, principalmente quando for para as disputas do modo online. Saber a hora certa para trocar de personagens para guardar energia provavelmente o fará ganhar muito combates, mesmo que não tenha adquirido tanta habilidade no ataque ainda.
Combate simples, mas que demanda treinamento
A Arc System Works demonstrou claramente a preocupação em deixar o jogo bem simples para os fãs, contemplando um sistema de combate fácil de ser assimilado. Na área social, você conseguirá encontrar um local focado em treinamento, com diversas lições para aprender a atacar e também a se defender.
O sistema de combos padrão é bem simples de ser desferido e poder ser uma dor de cabeça se você não souber como se defender e fugir da parede para não ser pressionado (e consequentemente massacrado).
Com toda essa facilidade, quem conseguir ir mais a fundo nos treinamentos certamente terá um desempenho ímpar no modo online, já que possuirá mais recursos e tornar seus movimentos mais imprevisíveis.
Os desenvolvedores deixaram Dragon Ball FighterZ atrativo para aqueles que buscam uma jogatina casual e também para quem gosta de competir e mostrar que é o melhor. Há diversos modos de jogo, passando por partidas ranqueadas, torneios com multiplayer local e batalhas de arena.
História inédita e um pouco cansativa
O enredo de Dragon Ball FighterZ coloca Goku e seus amigos contra um problema inédito: a Androide 21. O jogo mostra a visão da história de três pontos diferentes, focando inicialmente nos heróis, depois nos vilões ressuscitados pela vilã e posteriormente apresentando o ponto de vista da própria Androide.
Nele, Goku acorda sem memória alguma e logo se descobre que uma alma assumiu o comando do corpo do herói, formando um tipo de conexão com todos os guerreiros. A história foi criada especialmente para o jogo, mas acaba se tornando desinteressante por ser dividida nesses três arcos.
Você fica perdido inicialmente por não saber como surgiu a Androide, a razão que ela teve para recriar novamente o Androide 16 e como ela adquiriu a forma de Majin Buu. Nesse meio todo, você passa algumas horas enfrentando batalhas sem muita emoção e dificuldade para evoluir seu nível de combate, tornando a experiência aqui um pouco enjoativa.
A impressão que dá é que muita gente que terminar o primeiro arco não terá paciência para seguir o mesmo caminho nos capítulos seguintes, o que pode tornar a compreensão da história falha.
Um ponto forte no moo história é a interação de alguns personagens. Achei engraçado a decepção de Cell ao encontrar um Gohan adulto não tão poderoso por conta da falta de treinamentos. Eles ainda utilizam o que anda rolando no enredo de “Super”, em que o filho de Goku voltou a treinar com Piccolo para recuperar a forma.
Visual estonteante é o grande trunfo do jogo
A maior qualidade de Dragon Ball FighterZ é a sensação que todo fã tem de estar dentro do próprio anime. O trabalho da Arc System Works ficou maravilhoso em cima disso, deixando tudo muito fiel ao que ficamos acostumados a assistir na televisão.
Os combates possuem detalhes maravilhoso, com golpes muito bem caracterizados. Tudo fica ainda melhor quando o golpe especial é ativado. A animação traz uma riqueza de detalhes que deixa os olhos de qualquer jogador brilhando de tanta emoção.
Outro ponto forte são os chamados easter-eggs. Passar por momentos históricos de Dragon Ball Z, ainda mais com uma animação dessa qualidade, faz qualquer fã vibrar. Quem não ficou arrepiado ao ver Gohan ultrapassar os limites de Super Saiyajin para derrotar Cell, deixando o vilão com olhar assustado?
Veredicto
Dragon Ball FighterZ é certamente o melhor jogo de todos os tempos da franquia e confirmou todo o hype que surgiu quando o primeiro trailer foi revelado, lá na E3 de 2017. Com um visual atrativo, jogabilidade simples e competitiva, além de um modo história inédito, o game tem tudo para ser o principal do gênero no ano e um dos melhores no geral.
Focado nos fãs, o título não decepciona, apesar de algumas falhas iniciais em seus servidores, podendo lhe derrubar das salas em momentos inoportunos.
FighterZ é um jogo para veteranos em jogos de luta e também para novatos que desejam entrar em modos competitivos. Quem sabe o título não entra nos circuitos profissionais, não é mesmo?
Nota: 9
+ Gráficos espetaculares e fiéis ao clima do anime
+ Jogabilidade simples e convidativa
+ Modo história com vilã inédita
+ Personagens de Dragon Ball Super
+ Combates online muito competitivos
– Modo história pode ser um pouco cansativo
– Falhas no servidor podem atrapalhar a experiência
*Essa análise foi feita num sistema PlayStation 4.
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