1º de abril de 1951: o dia em que a Jovem Pan “mentiu” para os tricolores
Considerado o “Dia da Mentira”, o 1º de abril é um momento de muitas gargalhadas e gozações, no qual amigos e familiares criam situações falsas para enganar uns aos outros e participar da brincadeira. O futebol não podia ficar de fora disso.
E em dia de jogo decisivo para o São Paulo na Libertadores, às 19h45, contra o San Lorenzo, uma das maiores mentiras futebolísticas aconteceu justamente com os tricolores.
Em 1951, o time do Morumbi tinha perdido para o Palmeiras a chance de ser tricampeão paulista. Para se renovar e esquecer a derrota, a equipe são-paulina viajou para a Europa, onde realizaria uma série de amistosos (foram 13 jogos, 10 vitórias, 1 empate e 2 derrotas).
Supostamente, uma destas partidas seria contra o Milan, como anunciou à Rádio Panamericana nos jornais da época, que transmitiria o duelo no dia 1º de abril. De fato, o jogo foi transmitido, mas não aconteceu.
Naquele domingo, às 12h30, os ouvintes da Pan puderam acompanhar com Geraldo José de Almeida, a goleada do time italiano para cima do São Paulo: 8 a 1. A transmissão foi feita da garagem de Paulo Machado de Carvalho Filho, dias antes de o narrador embarcar com o São Paulo para a Europa na real excursão. Nem a esposa de Geraldo sabia da verdadeira história.
Repercussão
De acordo com o jornalista, Celso Unzelte, Paulo Machado de Carvalho Filho destacara que na segunda-feira, dois de abril, muitos veículos de comunicação deram a notícia da derrota tricolor como se o jogo tivesse acontecido.
Naquele mesmo dia, a Pan revelou a todos que a transmissão foi uma brincadeira e opinião da mídia ficou dividida. Aqueles que publicaram algo criticaram a rádio, enquanto outros que não deram nada se divertiram com o erro da concorrência.
Unzelte destaca que o episódio foi algo histórico, comparado ao fato de Orson Welles, nos Estados Unidos. “Tive a oportunidade de conversar com o Paulo Machado de Carvalho Filho e segundo ele, a primeira reação dos anunciantes foi de revolta. Chutaram a porta de seu escritório e o chamaram de moleque. Mas com a repercussão positiva mudaram de opinião e queriam até repetir a dose”.
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