24 anos do tri de Senna: o GP do último título e por que o ídolo ainda faz falta

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2015 22h07
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Montagem sobre Reprodução/Twitter Ayrton Senna comemorando a vitória do título no Japão

 A data de 20 de outubro entrou para a história do esporte brasileiro no ano de 1991. Foi naquele dia, há exatos 24 anos, que Ayrton Senna conquistou seu terceiro e último título mundial de Fórmula 1 ao terminar o Grande Prêmio do Japão na segunda colocação. E a conquista só não veio com vitória porque o ídolo brasileiro deixou seu companheiro de equipe ultrapassá-lo ao fim da prova.

Senna liderava o mundial com 85 pontos contra 69 de Nigel Mansell e tinha grandes chances de garantir o título com uma corrida de antecedência, uma vez que o britânico poderia chegar, no máximo, aos 89 pontos. Tudo ficou decidido já na décima volta, quando Mansell, terceiro colocado, tentou ultrapassar Senna no desespero e levou seu carro à caixa de brita, o que o tirou da prova.

Já campeão, Ayrton Senna chegou a ultrapassar o companheiro Gerhard Berger e liderou por diversas voltas. No final, no entanto, desacelerou e deixou o colega de McLaren ultrapassá-lo para conquistar sua primeira vitória na temporada. Depois da bandeirada final, o lendário piloto parou para pegar uma bandeira do Brasil e repetir seu gesto histórico.

Ouça, no áudio acima, ao compacto do GP do Japão na transmissão da Rádio Jovem Pan.

Um ídolo insubstituível

Mesmo mais de 21 anos depois de sua morte, Ayrton Senna ainda deixa saudades. Para a torcida brasileira, dentro da Fórmula 1, ele ainda é um ídolo insubstituível, seja por sua imagem icônica, a falta de um sucessor que tenha conquistado títulos do mesmo nível ou por seu patriotismo.

Confira, na lista abaixo, porque os brasileiros ainda têm saudades de Senna:

1. Não houve um sucessor à altura no Brasil

Rubens Barrichello e Felipe Massa são bons pilotos, mas obviamente não do mesmo nível de Senna. Mesmo assim, tiveram de carregar o pesado fardo da carência dos brasileiros por um ídolo na Fórmula 1 depois da trágica morte de Ayrton. Por isso, suas carreiras, mesmo que dignas de admiração, acabaram ofuscadas por seus fracassos.

2. O amor pelo Brasil

Ayrton Senna sempre fez questão de mostrar o país de onde veio, seja em entrevistas, nas cores de seu capacete ou na bandeira que erguia quando conquistava vitórias. Mesmo o Brasil passando por muitas dificuldades no tempo de sua carreira: transição da ditadura militar para a democracia, governo Sarney, impeachment de Collor, crise econômica… Nada disso fez o piloto ter menos orgulho de ser brasileiro.

3. Ouvir o “Tema da Vitória” a cada triunfo

Nas vitórias de pilotos brasileiros na Fórmula 1, é sempre tocada a famosa música “Tema da Vitória”. No entanto, ela ficou tão associada a Ayrton que praticamente se tornou “a música do Senna”. Também pudera: foram 41 vitórias em toda a carreira, além de três títulos mundiais. Com o ídolo na pista, a chance de se arrepiar com a canção era alta.

4. Um substituto para o futebol

Enquanto Senna brilhava na Fórmula 1, o Brasil vivia um momento muito difícil em seu principal esporte, o futebol. A Seleção Brasileira não era campeã mundial desde 1970 e havia decepcionado na Copa de 1990 ao ser eliminada pela Argentina. A situação futebolística só mudou poucos meses após a morte do piloto, quando veio o tretacampeonato em 1994.

Hoje, a Seleção vive um momento parecido, com a confiança da torcida em baixa. Se houvesse alguém brilhando como Senna em outro esporte, a decepção futebolística ficaria em segundo plano.

5. A aura mística criada sobre o ídolo

Ayrton Senna representava mais que um piloto de Fórmula 1. A sua fé, suas declarações fortes, sua rivalidade com Prost, sua dedicação nas corridas e o modo como sua carreira teve fim, além de outros fatores, fizeram com que ele assumisse uma aura especial. É por isso que, mesmo que outro brasileiro alcance ou até ultrapasse seus feitos, dificilmente terá a mesma representatividade.

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