7 a 1 foi pouco? Especialista dá sugestões para o futebol brasileiro sair da crise

  • Por Jovem Pan
  • 07/07/2015 10h03
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Vipcomm No dia 8 de julho de 2014

O dia 8 de julho marca o mais dolorido e vexatório episódio da história do futebol brasileiro. A goleada sofrida para a Alemanha por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, no Estádio do Mineirão, escancarou o mau momento, não só da Seleção, mas do futebol nacional como um todo. Um ano depois do fracasso diante dos alemães, a Jovem Pan Online conversou com João Paulo Medina, responsável pela Universidade do Futebol, para encontrar sete sugestões que auxiliem o futebol brasileiro a sair da crise.

Doze meses depois do 7 a 1, Medina acredita que o futebol brasileiro precisa “ser fechado para balanço” para “entender qual é a doença” no esporte tupiniquim, assim como fizeram outros países. Medina vê de positivo no elástico placar diante da Alemanha apenas o incômodo que toma conta das pessoas que gostam do futebol brasileiro, e indica medidas importantes que podem recolocar o futebol brasileiro de volta aos bons momentos.

Sete sugestões para o futebol brasileiro sair da crise:

1 – Diagnosticar o futebol brasileiro: “precisamos de um diagnóstico amplo do futebol brasileiro que balizasse um plano nacional de desenvolvimento do futebol apoiado por todos os principais atores responsáveis pela prática e consumo do futebol como produto e patrimônio cultural”, afirma Medina.

2 – Democratização das instituições esportivas: para Medina, gestões profissionais e especializadas podem auxiliar o crescimento do futebol nacional. “Possibilita uma renovação e a criação de novos padrões de gestão não só administrativa, mas também gestão técnica. Hoje ainda se discute se tem que estudar ou não o futebol”, destaca.

3 – Estimulo ao desenvolvimento da cultura de formação profissional: investir na formação de novos perfis no futebol é fundamental, destaca Medina. “Nossa cultura ainda é pouco profissional. Teríamos que trabalhar nessa direção, ter investimento na formação de um novo perfil de jogador. Que tipo de perfil o mundo precisa? Qual o jogo que o Brasil deve jogar?”, questiona.

4 – Projetos técnicos dos próprios clubes: Medina destaca que “os projetos” são implantados nos clubes pelos treinadores e as demissões em massa no futebol brasileiro interrompem totalmente o andamento. “Hoje no Brasil esses projetos são de profissionais que trabalham de forma temporária nos clubes: os treinadores, assistentes, coordenadores. Eles é que se preocupam em implantar um projeto, diferente do que acontece na Europa, que o projeto é do clube, da instituição. Então, quando sai o treinador, o clube sabe o que quer do futebol”.

5 – Programas de desenvolvimentos e fomentos do futebol: a CBF é grande responsável pelo desenvolvimento e fomento do futebol brasileiro em todas as suas instâncias e dimensões e não só cuidar da Seleção ou da Série A, B ou C. Acho que o próprio ministério do esporte deveria entrar com mais intensidade nessa questão. As próprias federações, os estatutos delas diz que devem desenvolver o futebol. As escolas poderiam ter um papel importante. Para que tenha lá na elite jogadores de alto nível, tem que ter um ambiente de aprendizagem bom” destaca.

6 – Novos ambientes de aprendizagem: para o especialista, a extinção do futebol de rua prejudica a formação de jogadores. “Deveríamos criar novo e estimulantes ambientes de aprendizagem de futebol substituindo o futebol de rua, de campinho de várzea, das praias. A Alemanha estimulou a prática do futebol, aumentou o numero de crianças praticando. Se deu condições para que elas pudesse se desenvolver”, ressalta Medina.

7 – Calendário integrado: Medina destaca que colocar o calendário brasileiro de acordo com o que acontece no mundo pode auxiliar o esporte num todo. “Teríamos que ver toda a cadeia produtiva do futebol, ter calendário sincronizado da Seleção, globalizado. Discutir com a Uefa, com a Fifa um calendário que favorecesse o desenvolvimento do futebol mundial”, afirma.

Vendo o futebol brasileiro abandonado, Medina destaca vê falta de vontade política na reformulação do futebol brasileiro e destaca ainda outros pontos importantes para o desenvolvimento do esporte bretão em solo brasileiro.

“Estratégias de mudança na cultura de formação das categorias de base e nas escolinhas onde ainda o resultado é muito mais importante que a formação técnica e educacional. Melhoria no padrão profissional nas arbitragens. Implantação de padrões de qualidade nos gramados. Outra vergonha: a gente perde em público nos estádio para os Estados Unidos, perdemos pra a segunda divisão do campeonato alemão, segunda divisão do campeonato inglês. Melhoria nas condições gerais do evento do futebol: estádio, transporte, preços dos ingressos, segurança, horário da partida. Criação de mecanismos para desestimular a exportação precoce de nossos talentos. Tudo pode ser resolvido de forma efetiva se quisermos”, afirma João Paulo Medina.

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