Abandono do Maracanã: o que pensam os quatro grandes do Rio de Janeiro?

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2017 15h13

Estádio mais tradicional do Brasil José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo Estádio mais tradicional do Brasil

Imagine um local que não é apenas um estádio, mas um templo. Da música, das nações e, principalmente, do futebol. Lugar grandioso, onde brilharam nomes como Beatles, Rolling Stones, Madonna, entre outros. Palco de abertura e encerramento de Olimpíada. De duas finais de Copa do Mundo. Lugar que move multidões, testemenhou o milésimo gol de Pelé e mescla alegrias e tristezas. Este é o Maracanã, cenário que também abrigou uma das maiores dececpções coletivas da história do esporte, o Maracanazo de Ghiggia e da seleção uruguaia na Copa de 1950. 

O estádio, por onde desfilaram Zico, Garrincha e outras tantas estrelas, hoje agonizaAbandonado, às traças, virou alvo de furtos e depredações. Não recebe mais jogos com frequência e, apesar de carregar o nome do jornalista Mário Filho e de estar sob os olhares do Cristo, clama por redenção.  

Os clubes, que tantas alegrias proporcionaram aos torcedores que fizeram do Maracanã a segunda casa de todo carioca, mostram preocupação. O repórter Daniel Lian, da Rádio Jovem Pan, foi atrás de dirigentes dos quatro grandes times do Rio de Janeiro para descobrir o que cada agremiação pensa a respeito do abandono do maior estádio da cidade.

Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, não hesitou em afirmar que teme pelo futuro da arena. “Existe muita preocupação, sim. O Maracanã é um patrimonio mundial, um templo do futebol. Não pode sofrer um processo de deterorização como esseEu tenho certeza que o governo do Estado vai tomar uma previdência rápida para interromper esse processo. Agora… O que mais me preocupa no Maracanã não é o presente, mas o futuro“, revelou Bandeira. 

O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, foi além. Segundo ele, é preciso rever o conceito das arenas de Copa do Mundo, que, muitas vezes, ficam sub-utilizadas depois da realização do torneio. “É fundamental que o modelo Fifa de criação dos estádios seja adaptado para depois da Copa. Não basta apenas fazer o estádio… Ele tem que ter viabildiade econômica para sobreviver depois do evento, o que, no caso do Maracanã, não ocorreu”, explicou. 

O vice-presidente de marketing e comunicação do Vasco, por sua vez, acredita que apenas uma ação emergencial solucionará os problemas envolvendo o estádio. “A gente espera que o governo do estado resolva isso rapidamente, porque a situação do Maracanã é realmente dramática. E é lastimável que tenha chegado a este ponto menos de dois anos depois da sua reinauguração para a Copa do Mundo”, afirmou Marco Antônio Monteiro, dirigente do clube cruzmaltino 

Já o presidente do Fluminense, Pedro Abad, lamentou que a equipe tricolor esteja sendo prejudicada com o abandono do estádio. “É lastimável ver tanto investimento e tanto tempo parado para estar nessa situação de abandono, de danos, e não podermos utilizar o estádio. O Fluminense tem um contrato de 32 anos com o Maracanã e não pode usufruir das prerrogativas previstas nesse contrato… Está sendo prejudicado”, finalizou. 

O Maraca, como é carinhosamente aclamado por seus frequentadores, está apagado. A tradicional geral, calada. No estádio, onde não há sequer luz, só resta a esperança de resgatar ao menos uma chama, a fim de reacender o gigante que, hoje, lamentavelmente se encontra adormecido.

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