Acidente com avião da Chape poderia ter sido pior, diz controladora de voo

  • Por EFE
  • 26/12/2016 15h18
Imagens do local do acidente que vitimou a equipe da Chapecoense EFE Veja imagens da região do acidente com avião da Chapecoense

O acidente com aéreo com a delegação da Chapecoense a Colômbia poderia ter sido pior, segundo Janeth Molina, controladora de voo que trabalhava no aeroporto de Rionegro, em Medellín, no momento da queda. Em entrevista a rádio colombiana “Caracol”, Molina disse que houve o risco de choque do avião da LaMia com outras aeronaves que estavam a ponto de aterrissar.

“Foram 71 vítimas, mas poderia ter sido pior, porque (o avião) estava muito perto das outras aeronaves (prestes a aterrissar)”, disse a controladora. Molina afirmou que, no momento em que o piloto do avião da LaMia notificou sua emergência, ela buscou “limpar rapidamente a trajetória” devido à presença dos outros aviões.

Momentos antes, o piloto da Lamia pediu “prioridade”, por isso a controladora iniciou os procedimentos para a aeronave chegar a Rionegro. “A aeronave deve notificar sua descida. De repente vejo no radar que ela começou a fazer sua descida sem autorização, e observei que foi em cima das outras duas aeronaves. Foi quando tomei ação. Chamei (o piloto da Lamia) e ele me notificou a emergência”, detalhou.

Por isso, Molina pediu às demais aeronaves para que esperassem “sobre o ponto imaginário estabelecido”, já que o avião tinha abaixo três aeronaves, duas delas de forma “muito crítica”, porque “estavam muito perto”.

“Praticamente (o piloto da Lamia) fez caso omisso às instruções que estava lhe dando, começou sua aproximação e tinha as outras muito perto. (…) Esteve muito perto dessas aeronaves”, ressaltou Molina.

Perguntada se percebeu tensão na voz do piloto antes de se declarar em emergência, Molina disse que não e que a princício “não notificou nada”, por isso lhe deu as instruções correspondentes e informou que havia “atrasos”. Esses atrasos se deviam à solicitação de um avião da companhia VivaColombia de prioridade para aterrissar “por alerta de vazamento de combustível”.

“Não notificou nada, (estava) absolutamente tranquilo, normal. Dei as instruções normalmente, não se vê nada de excepcional aí”, afirmou ela sobre as primeiras comunicações com o piloto.

No acidente do dia 28 de novembro perto de Medellín, morreram 71 pessoas, entre jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes da Chapecoense, além de convidados e jornalistas. Apenas seis pessoas sobreviveram.

Um relatório apresentado pelo governo da Bolívia afirma que a culpa do acidente é da companhia aérea boliviana LaMia e do piloto da aeronave que caiu, Miguel Quiroga, um dos que morreram no acidente.

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