Adilson Batista se recicla e critica futebol brasileiro: “reflexo do País”

  • Por Jovem Pan
  • 03/03/2016 14h52
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Adilson Batista está sem clube desde julho do ano passado

Divulgação Adilson Batista está sem clube desde julho do ano passado

Desde 2008, apenas um ser-humano além de Mano Menezes e Tite comandou o Corinthians dentro de campo. Ele atende pelo nome de Adilson Batista. Campeão mundial pela equipe alvinegra em 2000 como jogador, ele treinou o time de Parque São Jorge em apenas 17 jogos em 2010 e, agora, aproveita um período sabático. Sem clube desde que foi demitido pelo Joinville, em julho do ano passado, Adilson resolveu estudar e se reciclar. 

Em entrevista exclusiva ao repórter Marcio Spimpolo para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan, o treinador de 47 anos revelou o que está fazendo enquanto não recebe uma grande oportunidade para voltar a trabalhar: descansando, estudando, lendo, assistindo a muitos jogosviajando e curtindo a família”. 

Uma dessas viagens foi aos Estados Unidos, no início do ano. Lá, Adilson acompanhou o torneio amistoso Florida Cup e até assistiu, ao lado de Carlos Alberto Parreira, a uma palestra de seu amigo Tite. Batista também procurou a CBF e fez o curso Licença A – o segundo mais importante oferecido pela entidade a treinadores do País. Tudo isso, para se atualizar e voltar ao futebol melhor preparado. 

Mas Adilson não se ilude. Para ele, os defeitos do futebol brasileiro não são provenientes apenas da má qualificação dos técnicos. “O problema não é só o treinador. Óbvio que precisamos nos atualizar e qualificar, mas aí também entra o dirigenteo jornalista, o torcedor, o calendário“, avaliou. 

Uma série de fatores faz com que o futebol brasileiro, apesar de pentacampeão mundial, ainda esteja devendo. Nós precisamos nos organizar. Na verdade, o futebol é o reflexo do que é o Brasil em si, com a falta de educação, investimento e a corrupção“, completou. 

Batista ainda deu um exemplo concreto de algo que lhe desagrada no futebol brasileiro atual“Estamos atrasados com relação a ficar jogando 20, 23 datas de campeonatos estaduais. Isso não leva a lugar nenhum“, revelou. 

Ninguém vai ao campo, o nível técnico das partidas é baixo… Nós também estamos contribuindo para isso, ? Os jogos são faltosos, lentos, preguiçosos, às vezes não têm nem fair play por falta de educação“, acrescentou. Mas o que Adilson faria? “Eu eliminaria estas datas dos Estaduais. Precisamos melhorar o Campeonato Brasileiro. Em 50 dias, um time joga 15 partidas. A gente está desqualificando a nossa melhor competição..., encerrou.

Adilson Batista, definitvamente, não está nada satisfeito com o atual cenário do futebol nacional.

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