Advogado brasileiro do Boca Juniors defende decisão “dentro das quatro linhas”
O advogado brasileiro Eduardo Carlezzo foi o escolhido pelo Boca Juniors para defender a equipe argentina da punição aplicada pela Conmebol após ataque com composto caseiro aos jogadores do rival River Plate, pelas oitavas de final da Libertadores. A instituição excluiu o time da competição, multou em 200 mil dólares e, pelas próximas quatro partidas, a esquadra jogará com portões fechados.
Em entrevista à Jovem Pan, Carlezzo explicou a estratégia de defesa para que o Boca possa jogar os 45 minutos remanescentes do confronto. O advogado explicou que o presidente da equipe entende a dificuldade, mas que a decisão deve ser definida “dentro das quatro linhas”.
“Mostramos que o clube fez o que poderia fazer no âmbito preventivo, a responsabilidade é direta, mas pedimos que sanções disciplinares que fossem aplicadas não retirassem o resultado desportivo, ou seja, que dessem ao Boca a possibilidade da disputa dentro das quatro linhas”, afirmou.
Para compor a defesa, Carlezzo usará de casos “similares”, como o da morte do garoto Kevin Spada, atingido por um sinalizador lançado pela torcida do Corinthians em Oruro, pela Libertadores de 2013, que, segundo ele, teve uma “pena branda”. “O que nós buscamos é proporcionalidade. Sabíamos que teríamos uma pena pesada, mas queremos uma correlação com julgamentos anteriores”, reforçou.
O advogado ainda destacou que algumas nuances da punição serão rebatidas: “o clube foi punido por um drone, tudo leva a crer que foi um torcedor do Boca, mas não se sabe. Não houve prejuízo desportivo. Não há enquadramento específico. São vários aspectos para tentar colocar o Boca na quinta-feira contra o River, mas sabemos as dificuldades”.
Sistema disciplinar da Conmebol
Eduardo Carlezzo explicou o porquê de a Conmebol, agora, estar pronta para punições exemplares: “as decisões disciplinares eram muito fracas, não havia preocupação em punições. Até 2012, não existia um regulamento de disciplina na instituição ou órgãos disciplinares. O que tínhamos até 2012 causou o tudo o que colocamos em questionamento”.
Entretanto, este não é mais o caso: “em 2013, houve uma virada, por pressão bastante longa da Fifa, a Conmebol adotou um modelo de código disciplinar. Houve uma melhoria muito grande no sistema”.
Carlezzo fez questão de explicar que era necessário que algo nesse sentido acontecesse: “estão prontas as bases para que decisões fortes, firmes e efetivas sejam impostas pela Conmebol para que sirvam de exemplo”.
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