Advogado rechaça acusações contra Cristiano Ronaldo e critica critérios
António Lobo Xavier, um dos advogados do atacante português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, afirmou nesta terça-feira que o jogador considera a denúncia da Promotoria de Madri por crimes fiscais, uma “injustiça”.
“Não houve omissão de declaração, houve uma declaração segundo um critério que, aparentemente, não é o critério que a administração fiscal espanhola gosta, mas não tem base em uma lei ou em normas que possa se dizer que o jogador violou”, disse o defensor do craque, em entrevista à emissora SIC Notícias.
O Ministério Público acusa o jogador de quatro crimes, que teriam sido cometidos por quatro anos. Os valores ocultados por ano são de 1,39 milhões de euros em 2011, 1,66 milhões em 2012, 3,20 milhões em 2013 e de 8,50 milhões em 2014, totalizando 14,7 milhões de euros (R$ 54,3 milhões).
De acordo com o advogado, nos anos em questão, Cristiano Ronaldo não foi interrogado pelo fisco espanhol em nenhum momento, e que, se ele tivesse seguido o critério da Promotoria e pago ano a ano, teria sido tributado em menos do que pagou em 2014.
Segundo a denúncia, Cristiano Ronaldo tem se aproveitado de uma estrutura de empresas criada em 2010, para não declarar as quantias que recebe a título de direitos de imagem, algo que representa descumprimento “voluntário” e “consciente” das obrigações fiscais na Espanha.
António Lobo Xavier garantiu que o camisa 7 já utilizava este sistema para tributação de direitos de imagem no Reino Unido, quando defendia o Manchester United. Segundo o defensor, a prática é “muito comum” em território britânico e aceito pela Fazenda do país.
O advogado garantiu que, em uma discussão “tão técnica”, Cristiano Ronaldo não pode ser responsabilizado, já que o jogador só seguiu os conselhos dos assessores.
Além disso, acrescentou que o caso não tem relação com outros processos envolvendo jogadores, inclusive o de argentino Lionel Messi, do Barcelona.
“É completamente diferente, porque não declararam nada. Ronaldo, antes de ser investigado espontaneamente, declarou o que achava que deveria declarar”, afirmou.
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