África do Sul desmente Fifa e nega compra de votos para sediar Copa de 2010

  • Por EFE
  • 17/03/2016 11h01
EFE Ex-vice presidente da Fifa

O governo da África do Sul negou nesta quinta-feira que os US$ 10 milhões pagos à Concacaf antes da votação para a escolha da sede da Copa do Mundo de 2010 fossem destinados à compra de votos, como reconheceu ontem a Fifa.

“A Fifa está tentando exonerar sua própria estrutura de governança”, declarou em entrevista coletiva o ministro de Esportes da África do Sul, Fikile Mbalula.

Mbalula reiterou a versão oficial das autoridades do país, que garantem que o pagamento de US$ 10 milhões feito à Concacaf tinha como objetivo promover o desenvolvimento do futebol entre descendentes de africanos.

A região representada pela Concacaf, de acordo com o governo da África do Sul, teria sido beneficiada com o dinheiro porque conta com uma ampla população de descendentes de escravos africanos.

No entanto, segundo admitiu ontem a entidade máxima do futebol, o montante foi transferido para Jack Warner, então presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, e a Chuck Blazer, secretário-geral da Concacaf e membro do Comitê Executivo da Fifa, em troca de votos para a África do Sul ser sede do Mundial de 2010.

A acusação da Fifa faz parte de um pedido à Justiça dos Estados Unidos para recuperar “dezenas de milhões de dólares” de ex-diretores da entidade acusados no país.

Tanto a Fifa como a África do Sul defendiam até então que o pagamento tinha como objetivo financiar um programa legítimo de desenvolvimento do futebol, argumento mantido pelos sul-africanos.

Warner, que foi preso e acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA por fraude e lavagem de dinheiro, segue em Trinidad e Tobago, seu país natal, com uma ordem de extradição pendente.

Blazer, banido do futebol pela Fifa, renunciou aos cargos que possuía em 2013 porque estava sendo investigado. Sua confissão foi essencial para as investigações.

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