Alecsandro realiza sonho do pai e diz saber da responsabilidade por gols

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2015 15h16

O atacante Alecsandro foi apresentado nesta sexta e falou sobre a felicidade de vestir a camisa palmeirense

Folhapress Alecsandro é apresentado e concede entrevista coletiva

O atacante Alecsandro, mais recente contratação do Palmeiras para a sequência da temporada 2015, foi apresentado nesta sexta-feira (12), no Allianz Parque, e o ex-jogador do Flamengo falou sobre a oportunidade de vestir a camisa do clube de Palestra Itália.

“Queria começar me apresentando. Sou Alecsandro Barbosa Felisbino, natural de Bauru, e tenho o prazer de estar vestindo a camisa do Palmeiras. Receber as palavras do Alexandre (Matos) é muito gratificante, para mim é uma felicidade enorme, uma situação diferente”, falou o atleta, depois de ser elogiado pelo diretor de futebol do Verdão. “É tão diferente vestir a camisa do Palmeiras que, pela primeira vez, meu pai e minha mãe estão presentes. Desde pequeno eu já convivia com o Palmeiras, né, pai? Já ouvia o hino… Até ficou marcado: defesa que ninguém passa, linha atacante de raça, torcida que canta e vibra”, prosseguiu.

‘Alecgol’, como ficou conhecido, explicou também a decisão de vir para o Palmeiras, apesar de ser cobiçado por outros times.

“É um momento muito bacana, muito feliz. Tive outras propostas, de clubes fora do Brasil, dentro do Brasil. Primeiro o Palmeiras me escolheu, depois eu pude escolher a Sociedade Esportiva Palmeiras. É um momento muito especial e espero que eu possa retribuir toda a expectativa”, frisou. “Vocês estão aqui com um cara muito honesto, muito sincero. Odeio trabalhar com a mentira. É lógico que no futebol a gente omite algumas coisas, mas mentir jamais. Espero que a gente tenha um bom relacionamento profissional. Em todos os lugares que passo, faço algum tipo de amizade. Esse é o Alecsandro”.

O atleta, que espera ver logo seu nome no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF, de forma a ter condições de atuar o mais brevemente possível, admitiu que chega com muitas responsabilidade nas costas e quer corresponder às expectativas da torcida alviverde, que espera há tempos por um bom atacante.

“Sei da responsabilidade de fazer gols. Tive uma conversa com a diretoria, eles me passaram essa expectativa do torcedor. Comentei com o Cícero: ‘Se vocês estivessem me contratando para fazer comida, dar uniforme para os jogadores, eu estaria preocupado’. Mas já que é para fazer gol, fica tranquilo”, brincou. “Atacante vive de gol. Que bom que o Palmeiras tem essa estatística de toda hora a bola estar chegando na área. Uma hora vou acabar colocando para dentro. Temos jogadores de qualidade, como Egídio, Lucas, João Paulo… O Palmeiras tem um grande elenco e isso me chamou muito a atenção na hora de optar pelo Palmeiras”, continuou.

Alecsandro foi alvo de muitas críticas nas redes sociais nesta semana. Depois de publicar um vídeo falando sobre seu amor pelo Flamengo, vários palmeirenses insultaram a nova contratação do clube, mas o atacante minimizou o incidente.

“Fui tão criticado em redes sociais… Achei uma coisa muito normal. O vídeo foi ontem, antes da assinatura do contrato. Achei uma oportunidade de agradecer aos fãs, principalmente às crianças, que me abordavam na rua me chamando de Alecgol. Foi uma saída rápida e me achei no direito de pelo menos agradecer. Ponto. Agora é Palmeiras”, garantiu.

Por fim, Alecsandro também rasgou elogios a Evair, um dos maiores atacantes da história do Palmeiras, e revelou seu desejo de poder se inspirar no que o camisa 9 representou para o Verdão.

“Teve um atacante que resolveu esse problema. Inclusive ele estava por aqui, e eu não consegui chegar próximo dele. Se ele estiver aí ainda, alguém chama ele, porque eu queria tocá-lo. É o Evair, alguém falou que ele estava aí. Lá em Bauru, quando criancinha, eu fazia gol e gritava Evair. Esse resolvia”, finalizou.

A expectativa é que Alecsandro já esteve disponível para entrar em campo contra o Fluminense, neste domingo (14), às 16h (de Brasília), no Allianz Parque, em confronto válido pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro.

Confira mais trechos da entrevista coletiva de Alecsandro:

“Lógico que a frustração acontece porque o Oswaldo (de Oliveira) há muito tempo tenta me levar para as equipes, até para o Japão. A gente teve esse contato no Palmeiras, realmente o Oswaldo foi muito importante na minha contratação. A saída dele me deixou muito chateado, mas a diretoria sabe o que faz”.

“Ano passado, fui o artilheiro do Flamengo na temporada com 21 gols. Tive uma lesão que vou carregar para o resto da vida, porque deu uma estragadinha na lata (rosto). Mesmo ficando várias rodadas fora, ainda pude ser o artilheiro. Saio como atual artilheiro da temporada também”.

“Costumo dizer que ninguém é contratado para ser titular. O treinador tem suas opções, o esquema de repente beneficia um ou outro. Houve esses acontecimentos dentro do antigo clube, e agora o que posso dizer é que daqui para frente espero vestir a camisa do Palmeiras, fazer gols e levar à Libertadores ou ao título”.

“Quanto mais jogadores, mais você divide a responsabilidade. Tem bastante jogador aí, se não me engano foram contratados 22… Cada um com sua parcela de contribuição, com seu comprometimento. Cada um carrega um pouco de coisas boas nas vitórias e um pouco de coisas ruins nas derrotas”.

“O futebol de alto nível, como é o do Brasil, não nos dá condição de você planejar o futuro e escolher o que você quer. Às vezes você se depara com uma situação, acaba indo para fora, ou vai para o Sul, para Minas… Lógico que jogar nos grandes clubes de São Paulo é uma vontade da maioria dos atletas do Brasil”.

“Primeiro que eu tenho muito respeito porque meu pai é palmeirense, quem me conhece sabe. Não vou ficar aqui mentindo, falando coisas. Quero fazer gols, demonstrar meu carinho, tenho certeza que o torcedor vai me abraçar. O hino do Palmeiras fala em atacante de raça, e com certeza eu tenho essa característica”.

“Eu e o Richarlyson, quando nós começamos a jogar, eu no Vitória e ele no Ituano, combinamos que não falaríamos o nosso clube de coração. Sou sempre brincalhão, até um pouco mais que ele, e ele tinha medo de eu contar o time dele. Como combinado não é caro, quem sabe quando eu parar de jogar e sentar com o Richarlyson, a gente possa dizer”.

‘É natural na vida você realizar o sonho do seu filho. Hoje tenho dois e sei o quanto é gratificante realizar o sonho deles. A alegria do pai acaba sendo duas vezes maior que a do filho. Imagine agora para mim, que estou podendo realizar o sonho do meu pai? É uma situação inversa. É realmente demais”.

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