Além de garantir segurança, militares buscarão medalhas nas Olimpíadas do Rio
Enquanto cerca de 42 mil soldados das forças armadas estarão nas ruas para resguardar a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, centena de militares estarão na competição em busca de medalhas para o Brasil.
“Cada um com suas funções, mas todos estaremos representando o Brasil e as forças armadas”, declarou à Agência Efe o terceiro-sargento Bernardo de Sousa Oliveira, da equipe de tiro com arco e um dos 123 militares brasileiros que já garantiram sua participação no maior evento esportivo do planeta.
Aos 23 anos, o arqueiro nascido em Brasília já ganhou algumas medalhas em competições internacionais, mas nenhuma delas olímpica, uma meta que ele reconhece estar longe nos Jogos do Rio, pelo menos nas competições individuais.
“Ficaria feliz se eu pudesse terminar entre os 16 melhores”, disse o arqueiro, que obteve quatro ouros, uma prata e um bronze nos Jogos Sul-Americanos de Medellín em 2010 e uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015.
Ainda assim, não descarta que na competição por equipes o sonho olímpico se realize e que, ao lado de outros três militares, possa chegar ao pódio no Rio de Janeiro, diante de seus amigos, familiares e companheiros das forças armadas.
Bernardo de Sousa conheceu o tiro com arco aos 11 anos, no Clube do Exército de Brasília, que ainda tem como seu principal centro de treinamentos, e há 18 meses foi integrado à Força Aérea Brasileira (FAB) na condição de assemelhado (funcionários civis que a lei obriga à disciplina militar), como parte de um plano do Ministério da Defesa para promover o esporte de alta competição.
Até agora, quando ainda existem possibilidades de aumentar esse número, 460 atletas brasileiros obtiveram índices para competir nos Jogos Olímpicos do Rio e 25% deles são militares, sejam de carreira ou assemelhados, como Bernardo.
Um caso muito particular é o da equipe de judô, onde 14 integrantes (sete mulheres e sete homens) são militares de carreira ou têm a condição de assemelhados.
Nessa equipe, uma das principais figuras é Sarah Menezes, sargento da marinha e atleta de 26 anos que, com seu 1,52 metros e 48 quilos, se tornou nos Jogos de Londres, em 2012, a primeira brasileira a conquistar o ouro olímpico no judô.
Neste ano, Sarah já ganhou o Pan-Americano e o Grand Prix, ambos realizados em Havana, e, segundo as projeções do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a judoca tem possibilidades de repetir essa atuação nos Jogos do Rio.
Segundo fontes do Ministério da Defesa declararam à Agência Efe, além do judô, as “maiores apostas” de medalhas para os militares brasileiros nos Jogos, que começarão no dia 5 de agosto, são as equipes de vela, natação, vôlei de praia e tiro esportivo.
Nessas cinco modalidades haverá uma grande representação dos militares brasileiros, que também estarão presentes em mais da metade dos esportes em que o país participará.
A meta estabelecida pelo Ministério da Defesa é superar ou pelo menos igualar o desempenho dos atletas militares nos Jogos de Londres, onde os representantes das forças armadas conquistaram cinco das 17 medalhas conquistadas pela delegação brasileira.
Mas, além do objetivo esportivo, o principal desejo das forças armadas é que os primeiros Jogos Olímpicos que serão realizados na América do Sul aconteçam sem incidentes e com “a mais absoluta segurança”, como expressou recentemente o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
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