Alemanha sofre para superar bloqueio da Ucrânia, mas vence na estreia
Uma das principais favoritas ao título da Eurocopa, a Alemanha sofreu e precisou de “pequenos milagres” operados por Manuel Neuer e Jerome Boateng para vencer a Ucrânia na estreia das duas seleções no torneio neste domingo, por 2 a 0, em jogo realizado no estádio Pierre-Mauroy, em Lille, pelo grupo C.
Os dois gols do duelo saíram em momentos de vacilo ucraniano. Shokdran Mustafi abriu o placar de cabeça aos 21 minutos do primeiro tempo, após cobrança de falta de Tony Kroos. Bastian Schweinsteiger, que entrou faltando poucos minutos para o fim, ampliou nos acréscimos, após rápido contra-ataque puxado por Mesut Özil.
Apesar de dominar quase todo o jogo, a Alemanha teve dificuldades para furar o bloqueio defensivo do adversário e quase se complicou quando a Ucrânia se arriscou no ataque. Neuer foi obrigado a salvar a equipe em pelo menos duas oportunidades, e Boateng, ainda no primeiro tempo, impediu o gol de empate do adversário em cima da linha.
Por outro lado, Andriy Pyatov também evitou que os alemães obtivessem uma vitória mais larga na estreia do torneio.
Com o resultado, a Alemanha assumiu a liderança do Grupo D da Eurocopa, com melhor saldo de gols que a Polônia, que venceu a Irlanda do Norte mais cedo, por 1 a 0. Ucranianos e norte-irlandeses dividem a lanterna, ainda sem pontuar no torneio.
As duas seleções se enfrentam na próxima quinta-feira, no Parc Olympique Lyonnais, em Lyon. No mesmo dia, Alemanha vai ao Stade de France, nos arredores de Paris, para encarar a Polônia.
Sem Mats Hummels e Schweinsteiger, que se recuperam de lesão, o técnico Joachim Löw precisou fazer mudanças na equipe da Alemanha. Mustafi ficou com a vaga no miolo da zaga, enquanto Sami Khedira foi escalado como titular no meio de campo.
A principal surpresa, porém, ocorreu no setor ofensivo. Löw optou por Mario Götze como um “falso nove” no comando do ataque, deixando o experiente Mario Gómez no banco de reservas.
Já Mikhail Fomenko apresentou uma Ucrânia sem grandes novidades. A única modificação realizada pelo técnico foi a entrada de Viktor Kovalenko, no lugar de Ruslan Rotan, dando uma característica um pouco mais ofensiva e de velocidade ao meio-campo do time.
Candidata ao título pela força de seu grupo e pelo fato de ser a atual campeã do mundo, a Alemanha começou o jogo pressionando, mas tinha dificuldades para superar a marcação ucraniana. Apesar da maior posse de bola, os comandados de Löw criavam poucas oportunidades, pouco ameaçando o gol de Pyatov.
Bem postada na defesa, a Ucrânia, porém, não abdicava do ataque. E quase abriu o placar aos 4 minutos do primeiro tempo. Artem Fedetskiy fez bola jogada pela direita e cruzou rasteiro para a área. Yevhen Konoplyanka, um dos destaques do time, pegou de primeira, obrigando Neuer a fazer grande defesa.
Sem produzir muito com a bola no chão, a Alemanha precisou de outra de suas armas para sair na frente do marcador: a bola parada. Aos 21 minutos, Tony Kroos cobrou falta da direita com perfeição. Mustafi subiu mais alto que os adversários e tocou firme de cabeça, sem chances de defesa para o goleiro.
A Ucrânia usou o mesmo recurso para tentar igualar, mas parou mais uma vez nas mãos de Neuer. Aos 26, após cobrança de escanteio de Konoplyanka, Yevhen Khacheridi venceu os zagueiros alemães e tocou de cabeça. O goleiro do Bayern de Munique parecia vendido no lance, mas se recuperou e espalmou a bola para fora.
Se Neuer salvava de um lado, Pyatov também fazia grandes defesas do outro. Aos 29 minutos, Kroos viu Khedira como elemento surpresa entre os zagueiros e fez longo lançamento. O volante da Juventus, completamente livre, dominou bonito, mas foi abafado pelo goleiro ucraniano na hora de ampliar a vantagem alemã.
Mas outros jogadores queriam brigar pelo posto de milagreiro do jogo. Aos 36 minutos, Andriy Yarmolenko fez grande jogada pela direita e cruzou na medida para a chegada de Konoplyanka na segunda trave. Com Neuer batido no lance, o meia tocou livre para o gol. Jerome Boateng tentou o primeiro corte, se enrolou e quase entrou com bola e tudo. O zagueiro, porém, se recuperou e conseguiu impedir o empate ucraniano em cima da linha.
Na sequência, aos 38, a Ucrânia até conseguiu balançar as redes, mas o lance foi anulado pela arbitragem. Serhiy Sydorchuk cruzou para Fedetsky, que estava para impedido ao tocar para o gol.
Depois de pressionar e quase empatar nos minutos finais da etapa inicial, a Ucrânia retomou a postura mais defensiva na volta do intervalo. Com o adversário mais recuado, a Alemanha restabeleceu o controle do jogo, mas trocando passes mais perto do gol do rival.
Draxler aproveitou o fato para arriscar logo aos 2 minutos. Depois de virada de jogo de Boateng, o meia avançou, invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado. Pyatov, porém, fez boa defesa.
Na sequência, aos 6, na mesma região do campo, foi a vez de Kroos tentar de longa distância. O meia do Real Madrid chutou de longe, e a bola passou perto do ângulo esquerdo do goleiro ucraniano.
A Ucrânia também ameaçou de longa distância. Aos 11 minutos, Yaroslav Rakitskiy soltou a bomba em cobrança de falta quase da intermediária. Neuer, por segurança, espalmou a bola para o lado.
Com dificuldade para penetrar na zaga ucraniana, a Alemanha seguiu tentando os chutes de longa distância. Depois de nova troca de passes na intermediária, Khedira teve espaço e pegou bonito na bola, de fora da área. Pyatov se esticou todo e fez bela defesa.
A tônica do jogo se mantinha com o passar do tempo. Com menor ímpeto ofensivo em relação à etapa inicial, a Ucrânia seguia preferindo a defesa apesar da desvantagem no placar. Sem espaços, a Alemanha trocava passes, esperando uma brecha para ampliar.
Uma dessas oportunidades surgiu aos 30 minutos. Thomas Müller, apagado no jogo, recebeu na direita da área e bateu no canto. Pyatov foi buscar e tocou para escanteio.
Fomenko tentou mexer na Ucrânia para mudar o panorama do jogo. Kovalenko deixou o campo para a entrada do jovem Oleksandr Zinchenko. Já Yevhen Seleznyov substituiu Roman Zozulya como homem de referência do ataque.
As alterações, porém, surtiram pouco efeito. Os comandados de Löw seguiram dominando a posse e, com a vitória praticamente garantida, diminuíram o ritmo da troca de passes no fim do jogo. Sem conseguir roubar a bola do adversário, a Ucrânia se limitou a defender e evitar uma derrota ainda mais ampla.
Aos 42, porém, o empate quase surgiu de uma jogada inusitada. Pyatov cobrou longo tiro de meta, percebendo o cochilo da zaga alemã. Neuer se antecipou para tentar cortar o lance, mas Mustafi, sem perceber a saída do companheiro, tocou de cabeça tentando recuar. A bola passou com perigo ao lado do gol.
Pensando em segurar o resultado, Löw tirou Götze e colocou Schweinsteiger em campo. Empolgado por voltar a jogar após a lesão, o experiente volante decretou a vitória nos acréscimos, aos 47 minutos. No contra-ataque, Özil partiu em velocidade pela esquerda e cruzou na medida para Schweinsteiger marcar o segundo.
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