Alonso vê McLaren como concorrente ideal da Mercedes: “me inspira confiança”
Alonso termina em quarto e adia festa do provável título de Vettel
Alonso é o quarto e adia festa de VettelBicampeão mundial de Fórmula 1, mas em jejum de títulos desde 2006, o espanhol Fernando Alonso iniciará em janeiro sua 15ª temporada na Fórmula 1 com o retorno à McLaren, escuderia da qual saiu de forma abrupta em 2007 apenas um ano depois de ter sido contratado.
Oito anos depois do adeus, ocorrido ao final de um campeonato conturbado, com problemas de relacionamentos dentro da McLaren, Alonso volta, como ele mesmo disse à Agência Efe nesta sexta-feira, com intenção de “terminar um trabalho” e ser tricampeão, igualando seu ídolo, Ayrton Senna.
Em entrevista concedida na sede da equipe britânica, em Woking, o piloto espanhol comentou sobre seus objetivos para 2015, a relação com seu novo companheiro de equipe, o inglês Jenson Button, e de sua saída de Ferrari dois anos antes do fim de seu contrato.
Agência Efe: Quais foram suas primeiras sensações após ser apresentado como novo piloto de McLaren?
Resposta: Chego com a esperança renovada. Às vezes acontecem coisas em sua carreira esportiva que não são planejadas, e fazer parte deste projeto é algo que me motiva muito. É um desafio complicado, claro, já que bater a Mercedes, na forma na qual estão agora, será difícil, mas não há um lugar melhor para tentar que aqui (na McLaren).
Efe: O que você espera de si mesmo e da parceria entre McLaren e Honda nesta primeira temporada?
R: Esta primeira temporada será de aprendizagem, já que não vimos uma McLaren supercompetitiva nos últimos dois ou três anos. Com a Honda como fornecedora de motores e com a nova unidade de potência, além de estarmos em uma Fórmula 1 tão complexa, certamente veremos pequenos problemas de confiabilidade. Esperamos ter uma boa pré-temporada e depois poder fixar objetivos um pouco mais precisos. Ficarei contente se começarmos a ser competitivos, aprendermos coisas, subirmos alguma vez ao pódio e pudermos vencer alguma corrida.
Efe: Houve muitas equipes interessadas em você ao saber que queria deixar a Ferrari. O que lhe seduziu no projeto da McLaren e da Honda?
R: Tenho a sensação de ter de terminar um trabalho que comecei em 2007. Não é nenhum espinho encravado, mas sim algo que te faz querer ficar com uma sensação melhor. A visita às fábricas da Honda, no Japão, e à da McLaren, aqui em Woking, foi o que me convenceu para aceitar a proposta da escuderia. Vi o nível de compromisso das pessoas, as contratações que foram feitas, o pessoal trabalhando no carro. Tudo isso me inspira confiança, e estou convencido de que cheguei ao lugar adequado.
Efe: Em 2007, você saiu de forma abrupta da McLaren, após ter tido divergências com Ron Dennis. Alguma vez pensou que oito anos depois voltaria?
R: “Quando você se vai, nunca pensa que vai voltar. Mas em 2007 a McLaren não era McLaren-Honda e nem eu nem a escuderia éramos os que somos agora. Com os erros sempre se aprende, e agora não acho que cometeremos os mesmos erros”.
Efe: Você chega à McLaren como um piloto muito mais experiente e formará dupla com Jenson Button, outro ex-campeão do mundo. O que se pode esperar dessa dupla?
R: Temos 500 Grandes Prêmios entre os dois. Experiência não vai faltar, por isso tentaremos ajudar a Honda em seus primeiros passos em sua volta à Fórmula 1. Haverá corridas difíceis, em circuitos novos, e GPs nos quais a equipe precisará de nossa experiência. Aí é onde podemos ajudar muito, e a equipe sairá beneficiada.
Efe: Após cinco anos, você deixou a Ferrari. Esperava uma saída diferente?
R: “Sair da Ferrari nunca é fácil, é uma escuderia prestigiada e muito grande. Sempre é positivo pilotar para uma equipe assim, mas ainda tendo dois anos de contrato, o projeto que tinham não me seduzia, por isso tentei buscar uma alternativa. Agradeço a compreensão deles, já que poderiam ter dito para eu ficar. Agora tenho uma esperança renovada, e espero que agora tudo saia da melhor maneira possível tanto para mim quanto para eles”. EFE
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