Ana Cláudia Lemos cai no doping por anabolizante e pode perder Olimpíada

  • Por Agência Estado
  • 10/03/2016 15h46
Brasil, São Paulo, SP, 10/06/2013. A velocista Ana Cláudia Lemos durante entrevista no estúdio da TV Estadão, na sede do Grupo Estado, no Bairro do Limão, zona norte da capital paulista. - Crédito:HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:137388 Agência Estado Ana Cláudia Lemos é a principal velocista do Brasil e teria sido flagrada durante treinamento no Rio

Principal velocista do País, Ana Cláudia Lemos foi flagrada em exame antidoping fora de competição realizado pela Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). A substância encontrada no organismo da velocista de 27 anos foi a oxandrolona, uma dos esteroides anabolizantes mais consumidos no País, conhecido pelo nome comercial de Anavar.

Ela teria sido flagrada durante o camping de treinamento do revezamento 4×100 metros do Brasil, realizado em fevereiro, no Campo dos Afonsos, no Rio. Ana Cláudia foi notificada pela ABCD e já solicitou a contraprova. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) alega que ainda não foi informada do caso e só quando isso acontecer é que a velocista poderá ser suspensa preventivamente.

Ana Cláudia é a atual recordista sul-americana dos 200m (22s48) e brasileira dos 100m (11s01). Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado, ela chegou a quebrar a barreira dos 11 segundos, mas a marca não foi referendada como recorde por conta do auxílio do vento. A corredora da equipe BM&F Bovespa já tinha índice olímpico tanto para os 100m quanto para os 200m, além de ser peça chave do revezamento 4x100m do Brasil. 

Curiosamente, o anúncio do doping de Ana Cláudia vem no mesmo dia em que se encerra a suspensão imposta ao ex-técnico dela Jayme Netto. Em 2009, após cinco atletas da Rede de Atletismo, de Presidente Prudente (SP), serem flagrados em exame antidoping surpresa, ele admitiu tê-los incentivado a receber injeções de EPO. Jayme foi inicialmente banido do esporte, mas depois reduziu sua pena esportiva para cinco anos. Mas o Conselho Federal de Educação Física (Crefi) o barrou como profissional por sete anos, até esta quinta-feira.

Quando o escândalo estourou, Ana Cláudia foi apontada como delatora do caso. Ela namorava Basílio Emídio de Moraes Júnior, corredor da BM&F Bovespa, equipe rival da Rede de Atletismo, e ele teria levado a denúncia à CBAt. Um teste surpresa foi feito antes do Mundial de Berlim derrubou todo o esquema.

Evelyn Santos, da mesma equipe, teve resultado negativo no exame antidoping surpresa, mas admitiu que recebeu as injeções que supostamente continham o hormônio sintético e se retirou voluntariamente do Mundial. Ana Cláudia foi beneficiada e, mesmo fazendo parte da Rede, foi convocada para competir em Berlim. Logo depois ela assinou com a BM&F. De acordo com Jayme, Ana Cláudia já tinha tudo acertado para trocar de clube quando o escândalo estourou. Agora, se for suspensa, deve abrir vaga no revezamento exatamente para Evelyn.

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