Ana Paula explica escolha de Morten por chave mais forte: “foi muito inteligente”

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2016 17h00

Ana Paula comentou sobre a opção de Morten Soubak por colocar o Brasil no grupo mais difícil da Rio-2016

Divulgação/CBhb Ana Paula comentou sobre a opção de Morten Soubak por colocar o Brasil no grupo mais difícil da Rio-2016

Nesta sexta-feira, uma escolha do técnico da Seleção Brasileira feminina de handebol surpreendeu. Entre cair no Grupo B, mais fraco, ou integrar o Grupo A, mais forte, dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Morten Soubak optou pela segunda alternativa. O Brasil tinha o direito de decidir em qual chave jogaria a primeira fase do torneio, por ser sede da Olimpíada. Por que Morten preferiu colocar a Seleção ao lado de seleções como Noruega, Romênia, Montenegro e Espanha logo na primeira fase? 

Foi esta a pergunta que o repórter Fredy Junior fez à central Ana Paula, que vai disputar os Jogos Olímpicos a partir de agosto. E, em entrevista que vai ao ar na próxima edição do Domingo Esporte, da Rádio Jovem Pan, a jogadora justificou a escolha do técnico dinamarquês. Ela admitiu que é, sim, mais duro cair na chave da Noruega, atual campeã mundial e bi olímpica, e da Romênia, que eliminou o Brasil no último Mundial. Porém, definiu como “inteligente” a opção de Soubak. 

“Eu acho que o Morten fez uma boa escolha. Com certeza, o Grupo A é o mais difícil, mas não adiantava correr para o outro lado, porque, lá, também há equipes fortes. Ele fez a escolha já pensando em um possível cruzamento. No grupo, a gente pode perder algum jogo. Na fase seguinte, de cruzamento, não. Então acho que foi uma escolha muito inteligente, afirmou Ana Paula.

O raciocínio, de fato, faz sentido. No torneio de handebol dos Jogos Olímpicos, as quatro melhores seleções de cada grupo se classificam à fase seguinte, de quartas de final. Nela, o cruzamento é feito da seguinte forma: a primeira colocada de um grupo pega a quarta do outro, e a segunda melhor posicionada de uma chave encara a terceira da outraMorten preferiu duelar com as rivais mais duras na fase de classificação para, provavelmente, enfrentar um adversário mais acessível nas quartas. Há quatro anos, por exemplo, o Brasil caiu em um grupo mais fácil, passou à fase seguinte na liderança, mas foi eliminado logo na sequência, para a Noruega – que havia ficado no quarto posto da outra chave.

Os dois principais desafios da Seleção na primeira fase da Rio-2016 provavelmente serão Noruega e Romênia. A primeira é atual campeã mundial, bi olímpica e eliminou o Brasil nos Jogos de Londres. Já a segunda tirou a Seleção do último Mundial nas oitavas de final e terminou o torneio na surpreendente terceira colocação. Além delas, Angola, Espanha e Montenegro integram a chave. Ana Paula não espera nenhum jogo simples. 

“A Noruega é a equipe mais forte do grupo, ganhou as duas últimas Olímpiadas. Contra a Espanha, que seria a quarta força europeia da chave, o Brasil sempre tem muitas dificuldades, então não dá para esperar facilidades. Nem mesmo contra Angola, porque ela sempre traz surpresas nas competições. Sobre a Romênia, eu nem preciso comentar, porque ela nos eliminou do último Mundial, né? Então vai ser uma briga muito dura“, comentou. 

O outro grupo será formado por Argentina, Coreia do Sul, França, Holanda, Rússia e Suécia. Dele, sairá o rival do Brasil nas quartas de final – caso o time comandado por Morten Soubak cumpra as expectativas e passe de fase. “A gente pensa em ganhar uma medalha, é claro, mas temos que dar apenas um passo de cada vez. As equipes do nosso grupo são muito fortes. Primeiro, temos que pensar em passar de fase. Depois, em ir para as semis e, quem sabe, avançar até a final. Sabemos que, se chegarmos à semifinal, vamos ganhar uma força muito grande“, opinou Ana Paula. 

Para finalizar, a central falou sobre o fato de o Brasil jogar um evento do porte de uma Olimpíada dentro de casa. Ana Paula não acha que isto vá interferir no desempenho da Seleção – tanto negativamente quanto positivamente. “A torcida do Brasil é maravilhosa, mas não penso que ela vai influenciar dentro de quadra. Nós mesmos somos um exemplo disto. Jogamos uma final de Mundial em 2013 contra a Sérvia, na casa delas, com 23 mil pessoas, e fomos campeãs. O fator casa e torcida não influencia muito, a porque as equipes são muito equilibradas”, decretou.

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