Antes de repassar dinheiro ao Brasil, Fifa exigirá novas garantias de controle

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/07/2017 09h07
EL10 ZÚRICH (SUIZA) 14/10/2016.- El presidente de la FIFA, Gianni Infantino, ofrece una rueda de prensa durante la reunión del Consejo de la FIFA en su sede en Zúrich (Suiza) hoy, 14 de octubre de 2016. EFE/Ennio Leanza EFE/Ennio Leanza FIFA quer ter certeza de que valor repassado à CBF seria usado no desenvolvimento do futebol no Brasil

A Fifa descarta realizar uma reunião neste mês com a CBF para acertar a liberação de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 330 milhões) prometidos para o Brasil durante a Copa do Mundo de 2014. Antes, a entidade mundial do futebol quer desenvolver mecanismos de controle e ter garantias sobre como o dinheiro será gasto. Os dirigentes da Fifa estão desenhando uma nova estrutura de repasses, um novo contrato e condicionalidades que a Confederação Brasileira terá de cumprir envolvendo auditoria e gestão antes de receber o dinheiro.

Criado há três anos, o fundo já deveria ter sido transferido para a CBF que, por sua vez, realizaria repasses para programas de desenvolvimento do esporte em Estados que não receberam jogos da Copa do Mundo de 2014.

Mas, com o indiciamento nos Estados Unidos do presidente da CBF, Marco Polo del Nero, os advogados da Fifa instruíram a entidade a evitar qualquer pagamento a pessoas ainda sob investigação pelo FBI.

O Estado apurou que a CBF estaria disposta a abrir mão de que Del Nero tenha qualquer envolvimento na gestão do dinheiro e que os recursos possam ir diretamente aos programas, sem passar pela cúpula da entidade no Brasil.

A direção da CBF esperava realizar um encontro com a Fifa para discutir essa possibilidade ainda em julho. Mas, por conta do trabalho que ainda será exigido para rever as regras de repasse, além das férias de verão na Europa, a reunião deve ficar para o final de agosto ou só mesmo setembro.

Em um comunicado, a entidade não deu sinais de que vai enterrar o projeto e chega a dizer que “continua a trabalhar com a CBF de forma muito estreita”. Mas deixa claro que, antes alguns processos terão de ser revistos.

“Com relação ao fundo do legado, a Fifa e a CBF vem mantendo diversas reuniões para discutir e trabalhar em opções e soluções para implementar o programa da forma mais efetiva e em linha com as novas políticas de desenvolvimento da Fifa, processos e regras, o que também contempla todos os mecanismos de coordenação e monitoramento necessários para garantir que o futebol no Brasil possa se expandir da forma correta”, explicou a entidade.

“Estamos agora trabalhando para a melhoria dos processos, instrumentos de controles, atividades e alguns assuntos técnicos e regras que não atendiam as necessidades reais e atuais que enfrentam o desenvolvimento do futebol em todo o mundo”, acrescentou a Fifa. “Confiamos que, depois de fazer esse trabalho, possamos discutir formas com a CBF para reiniciar na implementação do resto do programa, já que algumas iniciativas já foram implementadas no passado”, completou.

Para a Fifa, o dinheiro não deve beneficiar apenas jogadores, mas toda a sociedade brasileira. “Assim, a Fifa ainda está comprometida em cumprir tal programa de tanta importância e trabalhar com a CBF para atingir todos os objetivos relevantes”, afirmou.

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