Apesar da crise, Bach diz que Brasil receberá Olimpíada com “alegria e paixão”

  • Por Agência Estado
  • 30/12/2015 12h29
EFE Segundo Thomas Bach

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, divulgou nesta quarta-feira uma mensagem de ano novo em que garante estar confiante que o Rio organizará com êxito os Jogos de 2016 – a primeira edição de uma Olimpíada na América do Sul -, apesar dos problemas enfrentados pelo Brasil. 

“Em agosto, o mundo se reunirá no Rio de Janeiro para os primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul. Estou confiante de que o Brasil vai saudar entusiasticamente o mundo com a sua alegria de vida e sua paixão pelo esporte”, escreveu o dirigente

O Rio se prepara para receber para a Olimpíada em meio a pior recessão do Brasil em décadas, a um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a um amplo escândalo de corrupção centrado na gigante petrolífera estatal Petrobrás. Bach reconhece esses desafios, mas aposta que o País vai superá-los.

“Sabemos que a situação econômica e política atual no Brasil fará com que os próximos meses de preparativos finais sejam mais desafiadores, mas junto com o grande apoio dos cariocas e do povo brasileiro, os organizadores podem contar com a solidariedade de toda a família olímpica para fazer dos Jogos um sucesso”, afirmou Bach. “Os Jogos Olímpicos vão trazer ao mundo uma mensagem de esperança e alegria nos momentos difíceis”, acrescentou. 

Bach também alertou para que as organizações esportivas devem trabalhar mais do que nunca em 2016 para limpar o esporte após um ano marcado pela corrupção e escândalos de doping que mancharam o movimento olímpico. O dirigente declarou que o mundo olímpico deve viver de acordo com as expectativas do público de integridade e aceitar o chamado de “mudar ou ser mudado”. 

“É preciso olhar para os acontecimentos ao longo dos últimos 12 meses e perceber que esta mensagem é ainda mais urgente hoje para salvaguardar a credibilidade das organizações esportivas e para proteger os atletas limpos”, disse Bach. “Sem dúvida, os recentes acontecimentos em alguns esportes lançam uma sombra em todo o mundo esportivo”

Embora Bach não tenha citado nenhum esporte, está claro que ele se refere ao escândalo de corrupção na Fifa, que gere o futebol, e também aos casos de suborno e encobrimento de doping envolvendo a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) e a Rússia. 

“É nossa responsabilidade no movimento olímpico fornecer novas respostas para novas perguntas”, declarou Bach, notando a crescente demanda do público por comportamento ético dos atletas e das entidades esportivas. 

A Fifa tenta superar um escândalo de corrupção que levou à prisão de dezenas de autoridades do futebol e de empresa de marketing. Além disso, Joseph Blatter, presidente da Fifa e ex-membro do COI, e Michel Platini, presidente da Uefa, foram suspensos por oito anos. 

A Federação de Atletismo da Rússia foi suspensa após um relatório da Agência Mundial Antidoping apontar a existência de um esquema generalizado de doping, apoiado pelo Estado. Com a punição, o atletismo russo pode ficar fora da Olimpíada do Rio.

Ex-presidente da IAAF, Lamine Diack, foi detido e acusado pelas autoridades da França de corrupção e lavagem de dinheiro, decorrentes de acusações de que ele recebeu dinheiro para encobrir testes positivos para doping da Rússia.

O COI passou por seu próprio grande escândalo de corrupção no final da década de 1990, com dez membros sendo afastados após receberem dinheiro e outros favores da vitoriosa candidatura de Salt Lake City para sediar os Jogos de Inverno de 2002.

Bach disse que federações esportivas e comitês olímpicos nacionais devem implementar a “Agenda Olímpica 2020” do COI, programa de reformas, aprovado no ano passado, e aplicar as regras de boa governança.

Ele observou que o COI propôs a retirada do controle de doping das mãos de organizações esportivas para tornar o sistema mais independente e crível. O comitê quer um sistema antidoping independente para os Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018. “Estamos convencidos de que todas estas mudanças são necessárias para proteger melhor os atletas limpos e aprimorar a integridade do esporte”, disse Bach.

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