Após incertezas, Jogos Paralímpicos do Rio-2016 começam nesta quarta-feira

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/09/2016 07h27
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Brasília - Cerimônia no Parque da Cidade marca o revezamento da tocha paralímpica no Distrito Federal (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil Cerimônia no Parque da Cidade marca o revezamento da tocha paralímpica no Distrito Federal

Depois de um período de incertezas, os Jogos Paralímpicos do Rio-2016 começam oficialmente nesta quarta-feira tentando reprisar a Olimpíada, que ficou marcada por disputas memoráveis e quebras de recordes dentro das pistas, quadras e piscinas e por alguns improvisos fora dela. No fim, o público ficou com uma boa impressão da Olimpíada e isso acabou nutrindo grandes expectativas para a competição que se estende até o próximo dia 18.

Os Jogos Paralímpicos têm números consideravelmente menores que o da Olimpíada, mas mesmo assim eles não deixam de ser grandiosos. Em 11 dias serão disputadas 23 modalidades e um total de 528 provas distribuirão medalhas. Destas, 225 são femininas, 265 masculinas e 38 mistas.

Ao todo, serão cerca de 4.300 atletas de 159 países em ação. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) também terá uma delegação, formada por atletas independentes e refugiados. Todas as delegações estarão representadas nesta quarta-feira à noite na abertura, no estádio do Maracanã, e nesta terça elas já ocupavam seus lugares na Vila Paralímpica.

O público parece animado. Nas últimas duas semanas, a venda de ingressos cresceu e a tendência é de casa cheia em todas as finais. Até o fim da tarde desta terça-feira, 1,6 milhão de ingressos já haviam sido vendidos, de um total de 2,4 milhões que foram colocados à venda. Há 10 dias, menos de 300 mil haviam sido comercializados.

O Brasil é uma das potências paralímpicas – o País ficou na sétima posição no quadro de medalhas de Londres-2012, mas quem for ao Parque Olímpico da Barra, ao estádio Olímpico (Engenhão), à Lagoa Rodrigo de Freitas ou às arenas de Deodoro poderá acompanhar alguns dos maiores paratletas da atualidade.

Um deles é o sueco Jonas Jacobsson, que, aos 51 anos, já é dono de 28 medalhas, das quais 17 são de ouro. Cadeirante, ele é considerado uma lenda do tiro esportivo e, no Rio-2016, estará disputando a sua 10.ª edição de Paralimpíada.

O “Bolt Paralímpico” também já está no Rio. O irlandês Jason Smyth pode reprisar o jamaicano nesta Paralimpíada porque, assim como Usain Bolt, disputará o tricampeonato nas provas dos 100 metros e dos 200 metros. Cego, Smyth é recordista mundial destas duas provas, com a marca de 10s46 (100 metros) e 21s05 (200 metros).

A Paralimpíada também terá muitas ausências – são 43 países a menos do que os Jogos Olímpicos disputados no mês passado. A principal delas é da Rússia, banida completamente da competição devido ao escândalo de doping que já havia tirado boa parte da delegação da Olimpíada.

Problemas de caixa fizeram o Rio-2016 mudar muitos de seus planos para a Paralimpíada. O de maior impacto ficou no Complexo Esportivo de Deodoro, que não terá mais seu parque aberto como aconteceu durante a Olimpíada – só as arenas serão usadas. A competição de esgrima em cadeira de rodas, prevista para ocorrer lá, foi transferida para o Parque Olímpico.

O Comitê Rio-2016 também se viu obrigado a encerrar o contrato de trabalho de quase dois mil funcionários temporários antes do previsto. Por economia, o número de voluntários também foi reduzido.

Além disso, os governos federal e da cidade do Rio de Janeiro se viram obrigados a aportar dinheiro público no evento, cujo orçamento estava previsto para ser estritamente privado. Por meio de estatais, a União investiu R$ 100 milhões através de verba publicitária. Já a Prefeitura do Rio vai injetar R$ 150 milhões.

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