Após ser demitido, Oswaldo concede coletiva: “mais uma vez fica uma lacuna”
Oswaldo de Oliveira não é mais o técnico do Palmeiras. Na tarde desta terça-feira (9), o clube oficializou o desligamento do profissional do cargo e o presidente Paulo Nobre explicou a decisão em entrevista coletiva. O agora ex-técnico da equipe também não fugiu da imprensa e conversou depois de acertar sua saída do alviverde paulista.
O treinador iniciou a coletiva brincando e não escondeu sua extrema frustração por não poder mais continuar como profissional do Palmeiras.
“Se soubesse, nem vinha (risos). Infelizmente, eu estou aqui pela última vez, e lamentando muito a interrupção do trabalho. Mais uma vez fica uma lacuna, uma expectativa, uma interrogação, porque é um trabalho interrompido, com base, experiência, com conhecimento de causa, que infelizmente não vai progredir”, disse Oswaldo. “Gosto de ver a coisa sempre como um todo, em termos de continuidade, perspectiva, e o que vem sendo apresentado. Sempre disse que, pra mim, tudo tem de ter, início meio e fim. Estava fazendo um trabalho que de forma muito otimista achava que teria um final feliz. Infelizmente, não houve unanimidade, e foi por terra o que estava imaginando que ia dar certo”, prosseguiu.
“É doloroso, a ficha não caiu ainda, com tantas expectativas e planos, mas forças superiores hierarquicamente impedem que eu dê continuidade. Nunca fui militar, mas sempre respeitei hierarquia. Chego até aqui hoje como treinador sem ter sido jogador, porque sempre conseguir respeitar tudo que foi feito e imposto a mim e aos meus superiores”.
Oswaldo de Oliveira falou sobre a pressão que existe dentro do Palmeiras e sobre sua postura como pessoa.
“Não tenho conhecimento profundo do Palmeiras, mas tem uma carga emocional muito grande no clube, uma órbita de muita pressão que desequilibra quem comanda o clube e que não sustenta o que é racional e óbvio que deveria permanecer”, afirmou. “Uma pessoa com o comportamento como o meu, causa muita simpatia, e sei que causo à maioria de vocês, mas causa antipatia pela franqueza e como conduzo as coisas. Sem ter permeabilidade de influências, meu trabalho é reto, correto, independente de diretoria, imprensa, torcida. Isto não comove os setores que norteiam nosso futebol”, ressaltou.
Apesar de estar de saída, o treinador elogiou Nobre e preferiu não bater de frente com o mandatário do Verdão depois das justificativas apresentadas pelo presidente.
“Reconheço as alegações do Paulo Nobre, já deve ter passado para vocês, espero que perdure a amizade como ele propôs, porque é uma pessoa diferenciada e que por motivos superiores não pode manter aquilo que acho que deveria nortear o futebol: manter o trabalho, em que pese pressões”, frisou. “Não quero confrontar as coisas que o presidente diz, porque meu objetivo era dar continuidade. E claro que para ele interromper o trabalho, tinha coisas diferentes. Quase fomos campeões paulistas, ficou por muito pouco”, falou.
“Muito chato nesta hora, porque jogador fica muito acabrunhado. É a porção mais sensível, a parte mais afetiva é a relação com jogadores, e sempre fiz questão de dizer que não tenho amigos dirigentes, empresários, na imprensa ou organizadas, mas tenho entre jogadores. Eles se deixam convencer pelo meu trabalho. É ruim isto, alguns começaram comigo, como Arouca e Gabriel”, finalizou.
Oswaldo de Oliveira permaneceu no cargo por cinco meses e, em 31 partidas à frente do Verdão, somou 17 vitórias, sete empates e sete derrotas. O mau início de Campeonato Brasileiro pesou muito na determinação da diretoria, já que, em seis rodadas, o time somou apenas seis pontos (uma vitória, três empates e duas derrotas), e está entre os últimos colocados na principal competição do futebol nacional.
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