Arena da Amazônia tem prejuízo de R$ 3 milhões em 2015; e isso só aumenta

  • Por Lancepress
  • 21/09/2015 21h02
Vista da Arena Amazônia AFP Vista da Arena Amazônia

Após a Copa do Mundo do Brasil, havia o temor de que a Arena da Amazônia, reconstruída para o Mundial ao custo de R$ 669 milhões, se tornaria um elefante branco, já que o Amazonas não possui futebol de primeira linha e nenhum time nas três principais séries do Brasileiro. Porém, no segundo semestre do ano passado, jogos de grandes clubes do Sudeste e shows garantiram receitas que empataram com as despesas de manutenção (R$ 1,4 milhão/mês) fechando bem o ano de 2014. Veio 2015.

A organização de um torneio de verão reunindo Flamengo, Vasco e São Paulo no início do ano parecia ser um bom começo, com R$ 325 mil entrando nos cofres. Mas o cinto apertou. A crise econômica e a falta de eventos colocaram a Arena sob fogo. Apenas outros nove eventos ocorreram depois daquele triangular e o lucro, somado, não chegou a R$ 200 mil.

Assim, nem mesmo o corte nas despesas do estádio (quase 50% em relação a 2014) fazem a conta fechar.  Isso pode ser observado no número apresentado pelo jornal Diário da Manhã, de Manaus. Nele, a Fundação Vila Olímpica (FVO), que administra o estádio e os outros complexos criados para a Copa (quatro CTs e dois estádios de pequeno porte), teve despesas até setembro de R$ 3,8 milhões. A arrecadação total dos eventos pouco passou dos R$ 500 mil. Um prejuízo exato de R$ 3.287.907,50.

E o rombo só aumentará. Com a eliminação do Nacional na Série D do Brasileiro, na semana passada, não há previsão de jogos em Manaus (exceto se o FVO conseguir fechar algum acordo para levar uma ou duas partidas da Série A para a Arena) e só há agendado um show (Arena Rock Fest, em novembro). Com isso, a conta ficará no vermelho, batendo na casa dos R$ 5 milhões.

“Na minha opinião, o governo deve tratar a Arena como mais um filho. As despesas de manutenção e segurança que tem no estádio ele também tem nas outras secretarias e bens públicos. Em nenhum desses locais a imprensa considera isso como um prejuízo. Não podemos chamar estes custos fixos como um investimento?”, disse Aly Almeida ao Diário, diretor-presidente FVO, tentando arranjar uma forma de tentar atenuar os números catastróficos do prejuízo.

Aly diz que a FVO não tem a obrigação de colocar público na Arena e que isso deveria ser feito por empresários, mas observa que há duas alternativas para a redução do deficit enquanto os grandes eventos não voltam.

“A primeira seria uma grande empresa tomar conta da Arena. A outra seria vender espaço publicitário na frente do estádio, contratando com licitação uma agência para isso. Quem não quer fazer propaganda na frente ao estádio, se por ali passam 300 mil carros, comentou Aly, que também leva fé no aluguel do espaço da Arena para ensaios fotográficos de casamentos, noivados, aniversários ao custo de R$ 200/hora para fazer um pouco mais de caixa, assim como visitas guiadas (R$ 10)”, afirmou.

Porém, estes paliativos não bastam para que saciar a gula de despesas deste anunciado elefante branco que em 2016 deverá ter um refresco por causa dos jogos do futebol olímpico (o estádio é uma das sedes), e que depois ninguém sabe o que esperar.

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