Até uniformizadas contestam torcida única no clássico paulista de domingo

  • Por Agência Estado
  • 06/02/2015 12h51
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FLORIANÓPOLIS, SC, 17.09.2013: SÉRIE-B/ AVAÍ x PALMEIRAS - - Partida entre Avaí x Palmeiras, válida pela 23ª rodada da série B do Campeonato Brasileiro de Futebol 2013, no Estádio Aderbal Ramos da Silva (Ressacada), em Florianópolis. (Foto: Emanuel Galafassi / Fotoarena/Folhapress) Emanuel Galafassi / Fotoarena/Folhapress Torcida do Palmeiras corre o risco de comemorar o acesso à Séria A longe de casa

As torcidas organizadas criticaram a determinação do Ministério Público de que o clássico de domingo, entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, pela terceira rodada do Campeonato Paulista, tenha torcida única.

Para Rafael Scarlati, vice-presidente da Mancha Verde, esse não pode ser o caminho para dar mais segurança aos fãs. “As autoridades gostam de um flash, para aparecer. É uma atitude populista porque dá ibope. Eles não estão preocupados com a segurança de fato. Acho que vai abrir um precedente que não vai voltar mais”, afirma.

Membros da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, afirmam que a torcida única não resolve o problema da violência. Por meio de sua assessoria de imprensa, a organizada informou que a sua posição é a mesma do clube.

Na noite desta quinta-feira, a diretoria do Corinthians divulgou uma nota informando que vai entrar na Justiça pelo direito de seus torcedores assistirem ao clássico no estádio. “Se o Poder Público não consegue conter e combater os torcedores violentos – estes sim os que deveriam ser afastados dos estádios – não é determinando a realização de partidas com torcida única que o problema será resolvido”, diz trecho da nota.

O palmeirense lembra, inclusive, que os torcedores já foram ao Itaquerão no ano passado, com esquema de escolta e segurança reforçados, e nada ocorreu. “Nós chegamos no Itaquerão sem problema algum e não aconteceu nada. Todo torcedor tem direito de acompanhar seu time e nossa cultura é estar ao lado do Palmeiras, junto com o clube”, continuou Scarlati. “Acho que não é o caminho. E quando o Palmeiras for jogar lá, não poderemos ir?”, questionou.

O dirigente da Mancha reconhece que a partida de domingo entre os dois clubes é de risco, mas minimiza a tensão envolvida. “Todo Palmeiras e Corinthians é complicado, são 100 anos de rivalidade. Mas no último clássico não ocorreu nada , pois fomos escoltados e deu tudo certo.”

Ele cita, inclusive, a briga na avenida Inajar de Souza em 2012, quando dois palmeirenses foram mortos. “O que aconteceu foi uma emboscada bem longe do estádio. Se estiver mal intencionado, vai acontecer, não tem jeito. Dois caras da Mancha morreram e nenhum corintiano foi preso até agora. Cadê as autoridades?”

Sob a condição de anonimato “para não prejudicar a unidade do movimento”, corintianos ouvidos pela reportagem afirmaram que vários confrontos já aconteceram antes e depois das partidas. Além disso, temem que a prática seja adotada em todos os jogos, acabando com “a grandeza dos clássicos”. Por fim, os corintianos afirmam que só “os torcedores violentos têm de ser banidos dos estádios e não a torcida inteira”.

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