Atletas correm riscos de contrair doenças nos Jogos Rio-2016, diz agência

  • Por Lancepress
  • 30/07/2015 17h17
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RIO DE JANEIRO,RJ,24.07.2015:MARINA-GLÓRIA-OBRAS-JOGOS-OLÍMPICOS - Vista da Marina da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), nesta sexta-feira (24), que passa por obras para os Jogos Olímpicos. Apesar de o local ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histório e Artístico Nacional (IPHAN), estão sendo instalados novos decks e piers para embarcações. A Marina da Glória será usada como base das competições de vela dos Jogos Olímpicos Rio 2016. As competições serão realizadas na entrada da Baía de Guanabara, onde a água é um pouco menos poluída. (Foto: Luiz Souza/Futura Press/Folhapress) Folhapress Treinador da equipe austríaca de vela disse que a água da Baía é

O problema da qualidade das águas da Baía de Guanabara parece longe de ser solucionado. Uma análise encomendada pela Associated Press (AP) divulgada nesta quinta-feira mostra que o risco de contaminação por fezes humanas expõe velejadores e outros atletas à doenças durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016. As praias de Copacabana e Ipanema e a Lagoa Rodrigo de Freitas também são mencionadas.

O estudo identificou níveis elevados de vírus e bactérias de esgoto humano nos locais de provas. A AP encomendou quatro rodadas de testes em cada um desses três locais. Trinta e sete amostras foram verificadas para a análise de tipos de adenovírus humano, bem como rotavírus, enterovírus e coliformes fecais.

“Esta é, de longe, a pior qualidade da água que já vimos em nossas carreiras na vela. Tenho a certeza que, se você nadar nessa água e ela entrar em sua boca ou nariz, muitas coisas ruins estarão entrando em seu corpo. A gente vive por uma medalha olímpica e pode, realmente, acontecer de ficar doente alguns dias antes da prova e não conseguir competir”, disse Ivan Bulaja, treinador da equipe austríaca, que passou meses de treinamento na Baía de Guanabara.

A questão vem dividindo opiniões nos últimos meses. Enquanto atletas e dirigentes estrangeiros apontam a poluição como um problema para as disputas, a maior parte dos velejadores de elite não se mostra preocupada. O governo do estado, responsável pela despoluição da Baía, já indicou que não conseguirá atingir a meta de tratar 80% do esgoto despejado, prometida na época da candidatura do Rio a sediar o megaevento.

“Acho que a água está suja como sempre, não melhorou muita coisa, mas tenho certeza que nenhum atleta ficará doente, pois não conheço nenhum velejador brasileiro que tenha adoecido”, disse à Reuters o velejador Ricardo Winicki Santos, o Bimba, tetracampeão pan-americano da classe RS:X.

Nesta quinta-feira, o Secretário de Coordenação de Governo do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho, foi questionado sobre o assunto durante o lançamento dos embaixadores do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Ele admitiu que o Rio poderá não cumprir o objetivo a tempo dos Jogos, mas garantiu apoio ao governo estadual.

“A questão da Baía de Guanabara é para a cidade e o futuro. É uma oportunidade que não podemos perder. A prefeitura tem sempre se colocado à disposição do governo, do governador Luiz Fernando Pezão, para nos mobilzarmos na despoluição. Ainda que não seja uma transformação para 2016, que seja para todo o estado e principalmente à cidade”, disse.

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AúdioJovem Pan NewsSão Paulo - SP

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