Ator e chef de cozinha: Oswaldo de Oliveira busca fazer história no Palmeiras

  • Por Lucas Reis/Jovem Pan
  • 24/04/2015 15h48
SÃO PAULO, SP, 24.04.2015: FUTEBOL-PALMEIRAS - O técnico Oswaldo de Oliveira no treino do Palmeiras, na Academia de Futebol, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, nesta sexta-feira (24). Preparatório para a partida da final do Campeonato Paulista, que acontece neste domingo (26), diante do Santos, no Allianz Parque (SP). (Foto: Cesar Greco/Fotoarena/Folhapress) FolhaPress Oswaldo chegou ao Palmeiras em dezembro de 2014

Querido por onde passa, Oswaldo de Oliveira é um dos grandes personagens da final do Campeonato Paulista deste ano, que envolve Palmeiras e Santos. Finalista da competição em 2014, treinando o Peixe, Oswaldo chega mais uma vez à decisão – dessa vez pelo Palmeiras, para disputar a taça contra o ex-clube. Em conversa exclusiva com a Jovem Pan Online, o treinador palmeirense destaca que é um apaixonado por música, que se vê como um ator em alguns momentos e afirma que se sentiu um grande chef de cozinha quando chegou ao Alviverde.

Aos 64 anos, Oswaldo é um grande fã dos Beatles e não esconde sua paixão pela música. Segundo o treinador, essa paixão diz muito sobre sua personalidade: “o futebol é minha vida, mas essa vida tem um fundo musical, tem uma trilha sonora, porque as musicas têm cheiro, têm peso, têm representatividade. Elas interferem na sua formação, sua personalidade. É incrível o efeito que a música tem. Embora eu não toque nenhum instrumento, a musica é uma coisa muito séria na minha vida realmente”, declara.

Conhecido por ser uma pessoa muito correta, Oswaldo recebe elogios onde trabalha, tanto de jogadores, dirigentes, e também da imprensa. O treinador, porém, não vê essa característica como virtude. “Sou (muito correto), mas não vejo isso como virtude, não. Tem que ser obrigação. Você ser honesto, digno, direto, acho que é obrigação, todo mundo tem que ser assim”, aponta o comandante do Verdão.

Chama atenção a forma tranquila e serena com que o técnico palmeirense se mantém na maior parte do tempo. Oswaldo não é daqueles que deixam os jogos sem voz de tanto gritar, ou que chegam enfurecidos nas entrevistas. Educado, calmo e quase sempre sorridente, o treinador destaca que em alguns momentos é preciso saber atuar e fingir ter tranquilidade para não desestabilizar todo um grupo.

“O que é fundamental, mesmo que não esteja tranquilo e sereno, é você parecer isso para seus jogadores. Você tem que ser um pouquinho ator também. Tem que, em determinados momentos, não transparecer que está nervoso porque sua equipe precisa de tranquilidade”, revela.

Recentemente o atacante Geuvânio, do Santos, declarou gostar muito de Oswaldo e revelou que chegou a chorar quando o comandante foi demitido do Peixe em 2014, fato que ilustra como o carioca é querido por onde passa. Hoje no Palmeiras, Oswaldo de Oliveira mostrou que o carinho pelo jovem santista é recíproco.

“O Geuvânio é um menino especial. Foi muito legal, porque quando cheguei ao Santos, fiquei morando na concentração, no hotel do CT, durante cerca de 2 meses, e ele também morava lá, então nos encontrávamos todo dia. E foi legal porque às vezes estávamos só nós dois e a gente batia papo, ele contava da vida dele, da família dele. E aquilo criou uma afinidade muito grande. E como ele despontou, disparou, houve muito assedio, ele teve um momento de desequilíbrio e eu procurei ajudá-lo. Eu também sou muito grato, pois ele me ajudou muito para saber que quando a gente confia em um jogador ele pode mostrar o que ele é”, revela.

Chef Oswaldo

Após um ano muito ruim, o Palmeiras viu em Oswaldo o homem certo para reconstruir um time que recebera mais de 20 jogadores.  Ao iniciar a reconstrução do elenco alviverde, o treinador se viu com muitas opções e disse ter se sentido como um grande cozinheiro.

“Quando cheguei ao Palmeiras, eu me senti um chefe de cozinha, porque eu tinha muitos ingredientes e não sabia o que iria fazer com aquilo tudo. Então, me exigiu bastante pra que eu tivesse equilíbrio, escolhesse com sensibilidade pra fazer as coisas e ir organizando. Acho que hoje conseguimos organizar bastante, mas ainda há muito para ser feito”, afirma sorridente o treinador.

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