Bach celebra primeira Olimpíada na América do Sul e comenta caso da Rússia
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, deu nesta segunda-feira as boas-vindas aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os primeiros que serão realizados na América do Sul a partir da próxima sexta-feira, e comentou as recentes sanções por doping a atletas russos.
“Bem-vindo Rio de Janeiro 2016. É emocionante estar aqui, a poucos dias da cerimônia de abertura dos primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul”, declarou Bach ao inaugurar a 129ª Assembleia do COI no Centro de Convenções do Hotel Windsor Oceânico.
O ex-esgrimista alemão assegurou que “os cariocas estão prontos, os brasileiros estão prontos, as instalações estão prontas e, o mais importante, os atletas estão prontos” para iniciar as competições.
Bach afirmou também que os problemas na Vila Olímpica dos quais se queixaram algumas delegações já estão sendo resolvidos.
“Depois que cheguei aqui, fui diretamente à Vila Olímpica para comprovar as condições dos atletas. Eu estava feliz de ver que os problemas iniciais foram abordados com um espírito positivo de cooperação e com um grande apoio dos anfitriões brasileiros”, comentou.
Em seu discurso, o presidente do COI também comentou a atual situação do país. “Não é exagerado dizer que os brasileiros estiveram vivendo tempos extraordinários. A crise política e econômica no país não tem precedentes. Não é preciso dizer que esta situação fez dos últimos preparativos para os Jogos Olímpicos um desafio”, ressaltou.
Para o titular do COI, “em um momento em que o país está dividido política, econômica e socialmente, a transformação do Rio de Janeiro é realmente histórica. O Rio de Janeiro não estaria onde está hoje sem os Jogos Olímpicos como um catalisador”.
“A história falará de um Rio de Janeiro antes dos Jogos Olímpicos e um Rio de Janeiro melhor depois dos Jogos Olímpicos”, destacou Bach em seu discurso, no qual elogiou os dirigentes esportivos locais e as autoridades lideradas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes.
A assembleia, que terminará na quinta-feira com participação de 90 membros do COI, terá vários temas para discutir, entre eles o “caso Rússia”, que embora não esteja na agenda oficial ganhou força no âmbito olímpico depois do escândalo e das sanções aos atletas russos que testaram positivo em exames antidoping.
“As recentes acusações e revelações sobre o doping na Rússia e os resultados do relatório McLaren são muito graves, em particular a respeito de um sistema de doping supostamente orquestrado pelo Ministério de Esportes da Rússia”, frisou Bach.
Nesse sentido, o dirigente declarou que “um sistema deste tipo depreciativo de doping seria um ataque sem precedentes sobre a integridade do esporte e dos Jogos Olímpicos”.
“Tivemos que tomar medidas apesar de o relatório McLaren ainda não ter sido concluído e a parte russa não ter sido ouvida ainda. A decisão da comissão executiva do COI foi unânime e seguia os princípios da autoridade olímpica, estipulados por unanimidade de todos os grupos de interesse”, salientou.
“A respeito da participação dos atletas russos nestes Jogos Olímpicos, tivemos que tomar as decisões necessárias. Devido à gravidade dos fatos não era possível manter a presunção de inocência para os atletas russos”, explicou.
“Mas por outro lado não se pode privar um atleta do direito humano da oportunidade de provar sua inocência. Não se pode castigar um ser humano pelos fracassos de seu governo se ele ou ela não está envolvido”, completou.
A entrada de cinco novos esportes para os Jogos de Tóquio 2020, a eleição de dois vice-presidentes e sete membros do Comitê Executivo e a apresentação dos relatórios das comissões marcarão os quatro dias de discussões da assembleia.
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