Bairros boêmios divertem turistas fora dos estádios das 12 sedes da Copa
A diversão e a boemia tomaram conta dos corações de torcedores das 32 seleções que participaram da Copa do Mundo no Brasil e que chega ao fim neste domingo colorida por milhares de turistas em uma intensa confraternização de idiomas e sotaques.
“A Vila Madalena se tornou o coração do mundo em todos esses dias de jogos”, destacou o paulista Antonio Silva, que veio do interior com as filhas para curtir “o clima de Copa” que tomou conta do maior centro financeiro da América Latina.
Além da Vila Madalena, bares e restaurantes se tornaram pontos de encontros em bairros transformados pelo agito e boemia nas 12 cidades sedes do Mundial, espaços preferidos por torcedores para assistir as partidas e comemorar fora dos estádios.
No Rio de Janeiro os arcos e a escadaria da Lapa se encheram de estrangeiros para brindar encontros e, depois, futebol.
O lugar se transformou no ponto mais boêmio da Copa na capital carioca para além dos estádios e da festa oficial da Fifa, a FanFest, junto com a praia de Copacabana, onde também passaram milhares de turistas para comemorar a vitória ou mesmo a derrota de seus times.
“Não consegui ver jogo, mas foi ótimo chegar no Rio de Janeiro e sentir o clima de todo mundo reunido para beber, rir e conhecer novas pessoas que podem se tornar grandes amigos”, comentou a brasileira Débora Vasconcelos, que mora em Washington, mas veio “participar da Copa no Rio”.
Para ela, além das praias famosas como Ipanema e Leblon, o destaque foi o bairro de Vila Isabel, próximo à região do Maracanã, que foi tomado por samba e um “carnaval fora de época que o turista se impressiona em ver”.
Já na outra ponta do mapa brasileiro, Salvador concentrou principalmente alemães, ganeses e suíços que também acompanhavam as seleções que ficaram em outras cidades baianas.
“O Pelourinho, além de histórico, virou local festa dia e noite com os tradicionais batuques do Olodum”, contou Elisa Goes, que mora na cidade.
Também em Salvador, a mistura de ritmos e sabores ficou consolidada no bairro do Rio Vermelho, considerado o coração da vida noturna baiana por conta da badalação, música e gastronomia.
Outra capital recheada de sotaques foi a pernambucana Recife, onde mexicanos chegaram de cruzeiro para vivenciar o frevo, o “maracatu atômico” e os bares de diferentes estilos do centro histórico da cidade.
“O lugar mais badalado durante a Copa é o Carvalheira, um bar onde rola shows antes e depois do jogo com open bar de cerveja e cachaça, além da Fan Fest, aonde estão mais concentrados os gringos”, declarou Thiago Salvador que assistiu os jogos da Copa na capital pernambucana.
Outras sedes também foram invadidas por culturas internacionais como Porto Alegre, que esquentou a região do centro histórico com telões e música ao vivo nos dias de jogos.
O agito também chegou a Manaus, que enfeitou as ruas e antecipou o carnaval de Parintins para os turistas que frequentaram a capital amazônica, além de Brasília e Cuiabá, que não tem fama de boêmia, mas que também ofereceram roteiros noturnos alternativos às Fans Fests.
Em Belo Horizonte, que hospedou a seleção da Argentina, que disputa a final contra a Alemanha neste domingo, os “hermanos” aproveitaram a badalação dos bairros Lagoinha, Santa Tereza e, principalmente, o Savassi, uma das regiões mais frequentadas da capital mineira pela quantidade de bares e restaurantes.
Mesmo com a grande diversidade da geografia e da distância das 12 sedes, a Copa no Brasil trouxe aos moradores locais, além de uma movimentação financeira e turística, um encontro cultural, ao mesmo tempo em que proporcionou aos estrangeiros ver um Brasil aquecido e boêmio.
“Foi uma forma de participar da torcida da Copa pela impossibilidade econômica de não pagar um ingresso da revenda”, destacou o argentino Ruben Speziale, que veio de carro e ficou em um albergue no Butantã, em São Paulo.
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