Beckenbauer é suspenso do futebol por 90 dias pelo comitê de Ética da Fifa
O alemão Franz Beckenbauer, campeão do mundo como jogador (1974) e técnico (1990), foi suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa “com caráter provisório e não poderá participar de nenhuma atividade relacionada ao futebol durante 90 dias” por “não ter cooperado” com a investigação da escolha do Catar como sede do Mundial de 2022, anunciou a entidade nesta sexta-feira.
O vice-presidente do órgão de decisão do comitê, Alan Sullivan, formalizou a suspensão a pedido do presidente do órgão de instrução da entidade, Michael J. Garcia. Este último, um ex-promotor americano que agora é investigador interno da Fifa, havia avisado na quarta-feira passada, no 64º Congresso da entidade, em São Paulo, que estava disposto a propor sanções àqueles que não cooperassem.
“A suposta infração se deve a Franz Beckenbauer não ter cooperado com uma investigação da Comissão de Ética, apesar de ter sido solicitada sua ajuda em reiteradas ocasiões”, disse a Fifa em comunicado.
Beckenbauer havia argumentado que não respondeu ao questionário que lhe foi enviado pela entidade porque “estava em inglês” e ele não o compreendia. Michael J. García declarou no último Congresso da Fifa que recebeu “evidências” que poderiam provar o escândalo revelado pela imprensa britânica em relação à escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.
O jornal Sunday Times informou no último fim de semana que alguns dirigentes tinham recebido suborno para favorecer a escolha do país árabe e voltou suas baterias contra o ex-dirigente catariano Mohammed Bin Hamman, que supostamente teria destinado US$ 5 milhões (aproximadamente R$11,1 milhões) a cartolas de países africanos e asiáticos para influenciarem eleitores em prol da candidatura do Catar.
“Recebemos documentos, testemunhos de dirigentes, testemunhos de pessoas comuns, mas é impossível fazer uma investigação que dure para sempre, se houver novos elementos, claro que serão avaliados”, disse então García.
Beckenbauer, ex-membro do comitê executivo da Fifa, negou qualquer envolvimento com supostos casos de corrupção relacionados à escolha de Rússia e Catar como sedes dos Mundiais de 2018 e 2022. “Não tenho absolutamente nada a esconder”, afirmou.
Beckenbauer se negou a esclarecer em quem votou sendo ainda membro do comitê executivo da Fifa, e disse apenas ter seguido a recomendação depositada nele pela Federação Alemã de Futebol (DFB), que não era partidária do Catar.
O Sunday Times informou no último fim de semana sobre supostas viagens de Beckenbauer ao Catar pagas por Hamman, que por sua vez acabou banido do futebol por corrupção.
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