Blatter diz que o futebol tem uma “dívida enorme” com Havelange

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/08/2016 15h58
***FOTO DE ARQUIVO*** FRANKFURT, ALEMANHA, 16.07.2011 - FIFA-DIREÇÃO - Joseph Blatter, presidente da Fifa - Dirigentes foram detidos nesta quarta-feira (27) pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Na foto Joseph Blatter, presidente da Fifa, durante coletiva de encerramento Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino, neste sábado 16 no Hotel Westin Grand na cidade de Frankfurt na Alemanha. (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress) Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress Joseph Blatter

Braço-direito de João Havelange na Fifa, o suíço Joseph Blatter afirmou nesta terça-feira que o futebol “tem uma enorme dívida de gratidão” com o brasileiro, que faleceu nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, aos 100 anos. “Sua ambição era a de fazer o futebol um esporte global”, disse.

O dirigente suíço, que está sob investigação judicial e foi suspenso por seis anos da Fifa, foi um aliado de décadas de Havelange. “Ele o chamava de linguagem universal e ele conseguiu atingir esse objetivo”, afirmou Blatter, que lembrou que esteve ao seu lado desde fevereiro de 1975. “Eu o ajudei a desenvolver a Fifa no que ela é hoje”, afirmou.

Em 1998, Havelange deixou a presidência da Fifa para ser sucedido por Blatter. Juntos, ele foram apontados como participantes diretos em um esquema de corrupção. O brasileiro renunciou ao cargo de presidente de honra em abril de 2013. Já o suíço anunciou a sua renúncia à presidência em junho de 2015.

Blatter fez uma avaliação positiva da carreira de Havelange, exaltando a contribuição que deu ao mundo do futebol. “O nome de Havelange será sempre sinônimo do desenvolvimento do futebol – e com o movimento olímpico, do qual o estádio Olímpico João Havelange no Rio é uma testemunha”, disse. “Graças a ele, o futebol é o esporte mais popular do mundo, inclusive em termos de impacto político”, acrescentou.

Havelange transformou a Fifa e o futebol em um lucrativo negócio, mas também é apontado como um dos responsáveis pela eclosão de vários casos de corrupção envolvendo os membros da entidade. O brasileiro expandiu a Copa do Mundo de 16 para 32 seleções e a converteu em um dos eventos mais populares do planeta. Também conseguiu contratos lucrativos, incorporou novas federações à Fifa e criou o Mundial Feminino.

A sua morte ocorreu exatamente durante o período em que o Rio sedia a Olimpíada, na primeira vez em que a América do Sul recebe o evento, sendo que ele foi decisivo para escolha da cidade ao participar da apresentação final antes da votação do COI em 2009 – o brasileiro renunciou ao seu cargo na entidade em 2011, alegando problemas de saúde, após ser alvo de investigação por denúncias de suborno.

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