Bolt quer lugar na história ao lado de Muhammad Ali e Tiger Woods

  • Por Agência EFE
  • 17/04/2015 17h53

Bolt conquista a medalha de ouro no  4x100 metros rasos dos Jogos da Commonwealth

EFE Bolt conquista medalha de ouro após quase um ano sem correr

O jamaicano Usain Bolt anunciou nesta sexta-feira que se despedirá dos Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro, e que quer que seu nome brilhe na história do esporte mundial ao lado de atletas como o golfista Tiger Woods e o ex-boxeador Muhammad Ali.

Em entrevista à Agência Efe, o homem mais rápido do mundo, bicampeão olímpico de atletismo nos 100 e 200 metros rasos e no revezamento 4×100, falou sobre como é ser o jamaicano mais conhecido da história ao lado do cantor Bob Marley.

Em sua terceira passagem pelo Rio em três anos, o atleta visitou uma favela e conversou com crianças praticantes de esportes antes de participar do desafio Mano a Mano, em que compete com vários corredores no Jockey Club, em evento aberto ao público.

Para Bolt, a importância de seu lugar na história é grande, e “inspirador” foi a palavra que mais repetiu durante a entrevista realizada no edifício da Nissan, um dos patrocinadores do atleta, na capital fluminense.

“Quando me aposentar, quero ser lembrado como um dos grandes atletas de todos os tempos, não apenas do atletismo, mas como Muhammad Ali ou o grande Tiger Woods. Eu realmente vivo para inspirar o mundo”, afirmou.

Apesar de assumir que o anúncio da aposentadoria pode ser adiado até 2017 a pedido dos patrocinadores, a certeza é que a última participação nos Jogos Olímpicos será no Rio de Janeiro, quando completará 30 anos.

“Os Jogos no Rio serão os meus últimos, definitivamente. E quero disputar para vencer, meu objetivo é correr e vencer”, salientou o velocista, que competiu em Atenas, em 2004, e se tornou uma lenda ao bater recordes em Pequim, em 2008, e repetiu o quadro de medalhas em Londres, quatro anos depois.

Desde os anos 70, a maior referência da Jamaica para o mundo era o cantor de reggae Bob Marley. Para as novas gerações, além de Marley, que morreu em 1981, o país é sinônimo de Bolt.

“É maravilhoso ser embaixador da Jamaica. Quando volto de algum lugar para o meu país, as pessoas me dizem isso, que as pessoas que não são jamaicanas conhecem o país através de Marley e, agora, de mim. Em termos de promover meu país, sigo seus passos (de Bob Marley)”, analisou.

O Rio de Janeiro será a primeira cidade sul-americana a sediar os Jogos Olímpicos, e Bolt, como caribenho, pretende sentir as vibrações do público brasileiro.

“Gosto de correr em diversos lugares, países, porque você sente a cultura do povo, sente a energia de cada público. Estou ansioso para correr no Brasil em 2016 e sentir a energia, as diferentes vibrações das arquibancadas, o que para mim é maravilhoso”, afirmou.

Em visita à comunidade da Mangueira, o velocista relatou que teve a oportunidade de escutar crianças e de se sentir “inspirador” por servir como exemplo a ser seguido por uma delas.

Na entrevista coletiva para apresentar sua participação no desafio “Mano a Mano”, que também contará com a presença do corredor paralímpico Alan Fonteles, ouro em Londres, Bolt tentou explicar o “segredo” da Jamaica no atletismo mundial.

“O Brasil está focado no futebol, assim como a Jamaica foca na formação de competidores no atletismo, desde pequenos, com campeonatos escolares. Aqui no Brasil, com os Jogos Olímpicos, as pessoas estão acompanhando mais o atletismo”, considerou.

Quando descia do 17º andar com assessores e empresários pelo elevador, Bolt contou à Efe, aos risos, que antes da entrevista coletiva foi perguntado sobre qual atividade humana poderia ser feita em 9,58 segundos, tempo em que marcou o recorde mundial. “Definitivamente, correr”, disse.

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