Bom Senso FC critica o calendário 2015 do futebol: “não foi reestruturado”

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2014 17h21

Os jogadores estão utilizando as partidas do Brasileirão para fazerem prostestos do Bom Senso

Folhapress Protesto do movimento Bom Senso FC

O Bom Senso FC, movimento que luta por melhorias no calendário e nas condições de trabalho dos jogadores do futebol brasileiro, divulgou um comunicado nesta quinta-feira (7) criticando o calendário 2015 do futebol brasileiro, divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na última quarta.

Para o Bom Senso, o calendário “também tomou de 7 a 1”, uma referência à goleada sofrida pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo, não foi realmente modificado para melhorar a vida dos atletas de futebol.

“O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias”, escreveu o movimento na nota, que também observou que os atletas que atuam um clubes do interior continuam sem ter onde trabalhar em boa parte de ano. “Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses – o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol”, prossegue a nota.

Outro fato apontado pelo Bom Senso FC é que uma mudança no horários das partidas continua fora da pauta da CBF, o que acaba prejudicando os torcedores brasileiros.

“O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja”.

O movimento ainda frisa que o aumento no número de dias para que os clubes façam a pré-temporada é, na verdade, uma enganação: “o quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente”.

Confira, na íntegra, a nota divulgada pelo Bom Senso FC:

Marin e Del Nero 7 x 1 Futebol Brasileiro

O Calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra

Aos 7:

1 — O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias.

2 — Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses – o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol.

3 — O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa.

4 — Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso.

5 — O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja.

6 — Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida “me engana que eu gosto”. De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe.

7 — Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas.

Ao 1:

1 — O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente.

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