Capita cobra melhor comportamento de Neymar: “não tem mais essa de garoto”
A postura de Neymar como capitão da Seleção não tem desagradado apenas ao torcedor brasileiro. Um dos jogadores que melhor vestiu a tarja canarinho na história das Copas, Carlos Alberto Torres concedeu entrevista exclusiva a Daniel Lian, da Rádio Jovem Pan, e criticou o comportamento profissional do atacante com a camisa verde e amarela. Para o ex-lateral direito, capitão na conquista do tricampeonato mundial, em 1970, Neymar já tem de ser cobrado como um atleta experiente, e não mais como um menino que acabou de chegar à Seleção – a íntegra da entrevista vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.
“Com a evolução que o futebol teve em todos os sentidos, um jogador de 24 anos não pode mais ser considerado um garoto. Daqui a um, dois anos, ele já começa a ser chamado de veterano. Garoto tem 17, 18 anos... Com 19, já está jogando em time principal e na Europa. Não tem mais essa de garoto, não. O Neymar tem experiência… É um dos jogadores mais rodados do futebol brasileiro“, afirmou Carlos Alberto Torres. “Na parte técnica, continua devendo. Além daquilo que joga, ele tem de dar muito mais, principalmente em termos de comportamento profissional“, acrescentou.
O Capita, que atualmente trabalha como comentarista dos canais Sportv, também demonstrou bastante incômodo com o atual momento da Seleção Brasileira. Além de perder por 7 a 1 para a Alemanha, há dois anos, o time verde e amarelo foi eliminado precocemente das duas últimas edições da Copa América e corre sérios riscos de sequer avançar à segunda fase dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Um grupo com África do Sul, Iraque e Dinamarca foi capaz de complicar a vida brasileira e gerar comparações entre Marta, principal nome da Seleção feminina, e Neymar, maior jogador da equipe masculina.
“Eu sou contrário a qualquer tipo de comparação entre os jogadores, mas penso que o Neymar está devendo, sim. O problema é que nós, brasileiros, criamos expectativas tão grandes em relação à Seleção Brasileira, que elas acabam ultrapassando a normalidade. Há 15 dias, todos falavam que o Brasil já havia ganhado o ouro olímpico. E agora? Estamos sofrendo para passar da primeira fase. Isso não pode acontecer”, reclamou Carlos Alberto Torres.
Por fim, o capitão do tricampeonato mundial pediu uma revolução no departamento de futebol da CBF. Para ele, a direção da Seleção Brasileira teria de ser ocupada por alguém que já tivesse vestido a camisa canarinho. “Se vocês repararem, os grandes clubes e as principais federações europeias são dirigidas por grandes ex-jogadores, por pessoas que reconhecidamente possuem capacidade e fizeram, dentro de campo, o que o torcedor quer ver atualmente. É isso o que deveria acontecer na CBF, na minha opinião. Quer alguém melhor do que um grande ex-jogador da Seleção para trocar ideia com os treinadores?”, encerrou.
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