Carrasco do Brasil em 1998, Petit critica valores de transferências atuais

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 12h41
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Paris, 16 set (EFE).- O ex-volante Emmanuel Petit, autor do terceiro gol da França sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1998, criticou em entrevista as negociações com valores exagerados no futebol.

“Não me considero um Robin Hood, nem estou aqui para atacar os mais ricos. Não combato a especulação, mas quando ela atinge quantidades tão excessivas, só favorece aos clubes superpotentes, reforçando seu monopólio”, disse o ex-jogador, de 44 anos, à revista “France Football”.

Petit comparou a contratação do atacante Anthony Martial, que pode chegar a 80 milhões de euros (R$ 347,6 milhões), dependendo do desempenho do atleta, com a do antigo companheiro de seleção, Zinedine Zidane, que movimentou 76 milhões de euros (R$ 330,2 milhões) em 2001.

“Ele deixou a Juventus para ir ao Real Madrid com, não poucos, títulos, e um valor diferenciado. Não digo que Martial não tenha potencial, mas o que se fez aqui foi especulação pura e dura, que se transformou em norma. Já não se fala de jogadores, mas de valor de mercado apresentado nos balanços contábeis”, afirmou.

O ex-volante, que atuou em Monaco, Arsenal, Barcelona e Chelsea, ainda questionou se o futebol atual permite que haja discussão sobre identidade de atletas com clubes.

“Cada vez é mais difícil falar sobre isso, porque o negócio é tamanho, que os jogadores não fazem mais do que mudar. Não é preciso que eles encarnem mais a alma de uma equipe”, disse Petit, que acaba de lançar autobiografia.

O francês lembrou o caso de algumas lendas históricas da Juventus, que ficaram no clube mesmo com o rebaixamento forçado para a segunda divisão do Campeonato Italiano em 2006, por punição a envolvimento de dirigentes em esquema de manipulação de resultados.

“Se fala da fidelidade de Gerrard ao Liverpool, ou de Xavi, Iniesta e outros ao Barcelona, mas eles teriam ficado nos clubes se tivessem sido rebaixados, como Buffon, Trezeguet e Del Piero o fizeram? Não sei”, indagou Petit. EFE

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