Casal de colombianos abre bar para homenagear Chapecoense em Medellín

  • Por EFE
  • 17/02/2017 10h41

"Chapecoense Café e Bar" é um estabelecimento em Medellín com homenagens ao time catarinense

EFE Chapecoense Café e Bar é um estabelecimento em Medellín com homenagens ao time catarinense

Uma pequena réplica do avião da Lamia, um coquetel verde e um mural com a imagem dos jogadores que morreram na tragédia aérea chamam a atenção em um bar aberto recentemente em Medellín e que tenta homenagear a Chapecoense na cidade à qual a delegação do clube voava para jogar a final da Copa Sul-Americana.

Juan David Pemberty e Verónica Peña, dois colombianos amantes do futebol e torcedores do Atlético Nacional, abriram há 12 dias o “Chapecoense, café-bar”, um espaço que rende tributo à equipe que, devido ao acidente aéreo do último dia 28 de novembro nos arredores do aeroporto de Rionegro, não pôde chegar para disputar a final da competição continental.

“Decidimos fazer este bar em honra aos jogadores. Há muita gente que gostou e que achou uma excelente homenagem a essa equipe que ficou em nossos corações”, declarou Verónica à Agência Efe.

Nos planos deste casal nascido em Medellín estava a abertura de um bar temático de futebol a poucos dias da final da Sul-Americana, mas esse projeto foi suspenso pela tragédia que deixou 71 mortos e seis sobreviventes.

Em frente à televisão e após conhecer o desenlace fatal do voo da Lamia, Juan David tomou a decisão de homenagear o time de Chapecó batizando com seu nome um bar a poucos metros do estádio Atanasio Girardot, onde devia ser disputado o jogo de ida da final entre Nacional e Chapecoense e onde Colômbia e Brasil se irmanaram.

“Tínhamos que fazer isto porque o acidente aconteceu aqui (no departamento de Antioquia) e aqui lhes fizemos essa homenagem tão sentida no estádio (com 40.000 pessoas)”, lembrou Juan David.

Logo na entrada do bar causa impacto o mural com imagens em preto e branco do técnico Caio Júnior e dos 19 jogadores que morreram no acidente.

Junto a eles há um escudo iluminado do clube, em cores e como símbolo do milagre, e aparecem as fotos de Neto, Alan Ruschel e Jackson Follmann, os jogadores que sobreviveram ao acidente.

No entanto, o estabelecimento não conta com licença do clube nem a autorização das famílias dos falecidos. Até o momento, segundo relataram, não tiveram contato com ninguém do entorno da Chapecoense.

“Quando olho essa parede, com os jogadores, me dá tristeza porque essa equipe vinha com a esperança de ganhar a Sul-Americana”, comentou Verónica.

Estes colombianos demoraram dois meses fazendo a montagem do café-bar, que também inclui chaveiros de lembrança para os clientes, uma réplica do troféu da Sul-Americana, porta-copos e guardanapos alusivos ao clube e a pequena réplica do avião, feita em fibra de vidro.

Junto aos jogadores está a mensagem “Campeão da Copa Sul-Americana 2016 e de nossos corações”.

Essa é a imagem que recebe as clientes, que geralmente são torcedores do Nacional e do Deportivo Independiente de Medellín, o outro clube da cidade que disputa a primeira divisão colombiana.

Para incrementar a homenagem, no cardápio, além de caipirinha, é oferecido o coquetel “Feitiço Chapecó” que leva uísque e suco de limão e maçã, o que lhe dá uma tonalidade verde.

Os garçons também usam camisetas com o escudo da equipe brasileira, mas os proprietários ainda não conseguiram o uniforme original que gostariam de ter visto brilhar no Atanasio.

“A Chapecoense não se transformou em um rival de futebol, mas em um assunto do qual sempre queremos falar”, disse Pemberty. 

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