Caso volte, Lugano encontrará um São Paulo bem diferente daquele de 2006
O São Paulo tenta viabilizar, junto ao Cerro Porteño, a volta do zagueiro Lugano, ídolo do clube com passagem vitoriosa entre 2005 e 2006. A torcida tricolor espera reencontrar um jogador ao menos parecido com aquele defensor aguerrido de 10 anos atrás. Por outro lado, Lugano, agora aos 35 anos, encontrará um clube bem diferente, com um ambiente político muito mais conturbado e cobranças maiores da torcida.
Confira essas e outras comparações entre o São Paulo de 2006 e o de 2015.
Doriva, um novo Muricy?
Lugano foi vendido ao Fenerbahçe em 2006, logo depois de conquistar o Campeonato Brasileiro sob o comando de Muricy Ramalho. No Tricolor de 2016, encontraria um técnico que lembra o técnico de uma década atrás. Doriva gosta de um futebol pragmático, como o Muricy daquela época, e também se destacou conquistar campeonatos estaduais antes de chegar ao Morumbi (o atual treinador são-paulino venceu o Paulista pelo Ituano e o Carioca pelo Vasco, enquanto Muricy foi campeão do Paulistão de 2005 pelo São Caetano). Além disso, Doriva também busca agora se afirmar como um dos grandes treinadores do Brasil.
A política tumultuada e um clube “como todos os outros”
Em 2006, depois de vencer a Libertadores e o Mundial no ano anterior, o São Paulo começava o caminho para o tricampeonato brasileiro. As administrações de Marcelo Portugal Gouvêa e, posteriormente, de Juvenal Juvêncio eram apontadas com fator decisivo para aquele grande momento. O clube chegou a criar uma aura de “diferenciado”, por não ter os problemas políticos vistos nos rivais.
Já em 2015, o jogo virou. Escândalos políticos, brigas (inclusive no sentido literal) nos bastidores, declarações desastradas, perda de jogadores, diversas trocas de técnicos… O São Paulo atual pouco lembra aquele de 2006 fora dos campos. Não faz mais sentido dizer que é um clube diferenciado.
Um time indefinido
O elenco tricolor de 10 anos atrás dificilmente passava por mudanças bruscas e ia perdendo e repondo jogadores de maneira gradual. Isso o permitiu praticar um futebol homogêneo e bem definido taticamente de 2005 a 2008, o que se refletiu na quantidade de títulos conquistados. Tudo o que não aconteceu em 2015: saíram Paulo Miranda, Denilson, Souza, Jonathan Cafu, Boschilia e Rafael Toloi, além de Doria, que voltou ao Olympique de Marselha.
A debandada foi um dos fatores que contribuíram para a saída de Juan Carlos Osorio, que constantemente reclamava de não ter em mãos o elenco que lhe foi prometido. Para 2016, o elenco está longe de uma definição. Pato deve sair, e Luís Fabiano deve ter o mesmo destino; Rogério Ceni, ao que tudo indica, estará aposentado. Os três são pilares da equipe atual, e não se tem ideia de quem serão seus substitutos.
Torcida mais exigente
Todas as dificuldades enfrentadas pelo São Paulo e a falta de títulos desde 2012 fazem com que a torcida do São Paulo seja mais exigente em 2015 do que era em 2006, quando estava empolgada com as grandes conquistas. Agora, é frequente ver o Morumbi com grandes espaços vazios e ouvir reclamações de torcedores a respeito da administração do clube e do comprometimento dos jogadores.
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