Catar diz que adotou “medidas corretivas” após operário morrer em estádio da Copa

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/06/2017 14h08
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Reprodução Estádio Al-Kho será um dos palcos da Copa do Mundo de 2022 no Catar

Uma investigação aberta após a morte de um operário britânico que caiu de uma altura de 39 metros enquanto trabalhava na obra de um dos estádios da Copa do Mundo de 2022, no Catar, em janeiro, tem gerado preocupação com a segurança dos trabalhadores que precisam desempenhar seus serviços nos tetos ou nos andares mais altos dos palcos que receberão partidas da grande competição.

Os organizadores do Mundial divulgaram nesta quinta-feira os resultados parciais de uma avaliação do acidente ocorrido no Estádio Internacional Khalifa, que fica em Doha, capital catariana, mas esclareceram que o relatório completo sobre o caso não poderá ser publicado enquanto as autoridades locais continuarem realizando a sua própria investigação das causas para o ocorrido.

Essa foi uma das duas mortes de operários ocorridas durante o exercício de suas tarefas nas obras da Copa de 2022, que atualmente conta com um total de 12.367 trabalhadores em oito locais de construção. Nesta última, o britânico de 40 anos de idade morreu ao despencar de uma altura de quase 40 metros após uma das peças que sustentavam uma plataforma suspensa na qual ele estava se romper, provocando a queda do operário, que no momento estava usando equipamento de segurança, segundo os organizadores do Mundial.

O relatório divulgado nesta quinta-feira informou que os trabalhadores haviam manifestado preocupações a respeito do processo de instalação do sistema de plataforma elevada no Estádio Internacional Khalifa, que foi inicialmente construído em 1976 e agora está sendo reformado para receber jogos da Copa do Mundo. E o fato exigiu uma “investigação mais detalhada” sobre o método e a qualidade de supervisão do pessoal contratado e especializado para realizar este tipo de serviço.

O relatório admitiu ainda que a avaliação deste caso provocou a implementação de “medidas corretivas e preventivas” por parte do contratante do serviço, que é uma empresa gerida em conjunto por belgas e catarianos, assim como motivou a realização de revisões de segurança em todos os estádios da Copa.

O britânico de 40 anos, cuja identidade não foi revelada, foi o único trabalhador que morreu até agora durante a construção de arenas do Mundial que ocorrerá no Catar, país que vem se utilizando de uma força de trabalho formada por operários que ganham salários baixos e em grande parte representada por imigrantes do sul da Ásia.

Até agora, os organizadores da Copa de 2022 confirmaram outras seis mortes de operários que não estavam relacionadas com segurança no trabalho, sendo a maioria delas ocasionadas por problemas cardíacos ou respiratórios.

O relatório também foi divulgado nesta quinta-feira enquanto o Catar lida com uma crise diplomática no Oriente Médio. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e o Bahrein romperam relações comerciais com o país no início deste mês e bloquearam o tráfego aéreo, marítimo e terrestres após acusarem as autoridades catarianas de apoiarem grupos extremistas islâmicos e de terem laços com o Irã. O Catar nega as acusações e assegura que o bloqueio tem motivos políticos.

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