CBF diz que ação da Fifa contra dirigentes brasileiros é “ato político”
A CBF classificou de “ato político” a ação anunciada pela Fifa contra dirigentes brasileiros, acusados nesta quarta-feira de absorver US$ 5,3 milhões (cerca de R$ 19,9 milhões) em gastos de viagem, hotéis e salários. A entidade máxima do futebol citou os ex-presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin, além do presidente licenciado Marco Polo Del Nero.
“A CBF lamenta a decisão da Fifa e considera a manifestação feita nesta quarta-feira como um ato político”, disse a entidade nacional, em nota oficial. “A Fifa não apresentou nenhum fato capaz de comprometer o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, o que torna injustificável a atitude por ela adotada.”
Del Nero e Teixeira foram membros do Comitê Executivo da Fifa por anos e, segundo a entidade responsável pelo futebol mundial, teriam absorvido US$ 1,67 milhão (R$ 6,29 milhões) e US$ 3,5 milhões (R$ 13,2 milhões) respectivamente dos cofres da Fifa em gastos de viagem, hotéis e salários, além do impacto sobre a reputação. Já Marin consumiu US$ 114 mil (R$ 430 mil).
Em um recurso apresentado ao Ministério Público dos Estados Unidos, a Fifa estima que precisa receber pelo menos US$ 28 milhões (R$ 106 milhões) do dinheiro já coletado pela Justiça americana dos cartolas que já teriam confessado culpa. O dinheiro viria, por exemplo, dos recursos que José Hawilla já pagou como multa à Justiça dos EUA – cerca de US$ 151 milhões (R$ 569 milhões). No total, os americanos já recuperaram US$ 191 milhões (R$ 720 milhões) no escândalo do futebol. Os recursos dados como fiança, porém, não contam nessa avaliação.
Além de reprovar a ação da Fifa, a CBF afirmou que “confia na correção da conduta do presidente”. “A CBF confia na correção da conduta de seu presidente, a quem deve ser assegurado amplo direito de defesa, uma vez que, até hoje, não foi cientificado de qualquer acusação a ele imputada, em procedimento judicial instaurado no exterior”, declarou.
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