CBF e Fifa prometem trabalhar para desenvolver futebol feminino no Brasil
Medidas serão tomadas em meio à campanha de divulgação da Copa do Mundo da categoria
CBF e Fifa prometem trabalhar para desenvolver futebol feminino no BrasilA Confederação Brasileria de Futebol (CBF) e a Fifa anunciaram nesta quarta-feira, em São Paulo, medidas para desenvolver o futebol feminino no Brasil em meio à campanha de divulgação da Copa do Mundo da categoria, que será disputada no Canadá a partir de 6 de junho.
O ministro do Esporte, George Hilton, e o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, comandaram o evento de apresentação da taça que será entregue à melhor das 24 seleções do Mundial.
Em cerimônia realizada na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF), o ministro afirmou que “uma das prioridades” da presidente Dilma Rousseff é a “massificação” do futebol feminino no país, com uma política que inclua o desenvolvimento do esporte em escolas e em municípios.
“Temos que levar este projeto adiante, como parte do legado da Copa do Mundo no Brasil”, disse o ministro, que ressaltou a construção, em andamento, de um centro de excelência para o futebol feminino em Foz do Iguaçu.
Valcke enfatizou a decisão da CBF de destinar ao futebol feminino 15% dos US$ 100 milhões que a Fifa repassará ao desenvolvimento do esporte no Brasil, como um dos legados da Copa de 2014.
“A CBF pode desenvolver um futebol feminino competitivo, subir o nível”, disse Valcke no encontro, que também contou com a presença de José María Marin, presidente da entidade, e de seu sucessor eleito, Marco Polo del Nero.
A Fifa realiza um tour do troféu da Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2015 por todos os países participantes em meio à política de expansão do esporte entre as mulheres, a campanha chamada “Live Your Goals”.
Marín e o técnico da seleção brasileira feminina, Osvaldo Alvarez, o Vadão, concordaram que pela primeira vez há uma política direcionada à seleção feminina, mas em formato inverso ao do futebol masculino.
As jogadoras são contratadas pela CBF e treinam a partir deste mês até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, apenas na seleção, visto que até o momento os clubes carecem de um torneio de alto nível.
Vadão afirmou que existe “preocupação” pela falta de desenvolvimento do esporte, já que “muitas meninas querem jogar futebol, mas não têm um local para isso”.
“É preciso aceitar o futebol feminino com naturalidade, romper o preconceito”, reivindicou o treinador.
Capitã da seleção, a zagueira Bruna Benites esteve no evento do tour da taça ao lado de Cafu, campeão mundial nos Estados Unidos, em 1994, e na Coreia do Sul e no Japão, em 2002.
Confiante em fazer um bom papel no Mundial do Canadá, ela admitiu que em vários círculos sociais e familiares existe certo preconceito contra as mulheres, mas disse que “nada pode deter o sonho de um atleta”.
Cafu expressou que até alguns anos atrás era visto como um “absurdo” uma filha dizer ao pai que queria se dedicar ao futebol.
“Essas coisas são culpa da ignorância, e vejo que cada vez mais a população aceita e compartilha o futebol feminino. Falta um campeonato profissional, e principalmente divulgação para nós”, afirmou o ex-lateral.
A gerente de Desenvolvimento de Futebol Feminino da Fifa, a cubana Maryrilian Cruz Blanco, avaliou que o Brasil é um dos países com potencial para massificar o desenvolvimento do futebol feminino e disse que o esporte “precisa ter treinadoras e dirigentes mulheres”.
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