CBJ prioriza experiência e convoca Rafael Silva para a Olimpíada

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/06/2016 13h34
Reprodução/Facebook Rafael Silva Baby

Se na natação não havia como negar que Cesar Cielo bateu atrás de Ítalo Manzine, no judô a convocação para os Jogos Olímpicos do Rio era subjetiva. Na hora de escolher entre Rafael Silva e David Moura, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) optou pela experiência do Baby, medalhista em Londres-2012 e nos dois Mundiais que disputou no ciclo olímpico, em detrimento ao mato-grossense, que vinha em melhor fase. A modalidade só admite um atleta por país em cada chave. 

Rafael fechou o ranking olímpico em nono lugar, 102 pontos à frente de David, o décimo. A CBJ, porém, afirmava que levaria em conta outros fatores, como o momento de cada atleta. Este ano, David venceu oito de 11 confrontos contra atletas do Top 20 do ranking mundial. Baby só ganhou dois de oito combates, somando muitos pontos em torneios nos quais só lutou contra atletas de fora do Top 50.

Ao escolher Baby, a CBJ indica confiar na recuperação do judoca, que em junho do ano passado sofreu uma lesão no músculo peitoral maior direito, que o tirou do Pan de Toronto e do Campeonato Mundial. No fim de semana passado, tanto ele quanto David caíram na primeira luta do Masters.

Em outras categorias em que havia indefinição, Felipe Kitadai (60kg) foi escolhido apesar de estar atrás de Eric Takabatake no ranking mundial, enquanto Rafael Buzacarini (100kg) superou o experiente Luciano Corrêa. Charles Chibana (66kg), Alex Pombo (73kg), Victor Penalber (81kg) e Tiago Camilo (90kg) completam a equipe masculina. 

Desses, só Tiago tem experiência em Olimpíada – foi prata em Sydney e bronze em Pequim. Em Londres, ele perdeu a disputa pelo bronze. No Rio, vai fazer sua quarta participação olímpica. Chibana, Pombo, Penalber e Buzacarini são novatos. 

No feminino, a equipe é exatamente a mesma que foi aos Jogos de Londres, em 2012, com Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg). Das sete, só Mariana chegou a perder o posto de titular da seleção brasileira ao longo do ciclo, para Katherine Campos e Mariana Barros. No ano passado, retomou o status.

Ainda que tenha recebido convite para todas as categorias, por ser país sede, o Brasil colocou atletas dentro da zona de classificação do ranking em todas as subdivisões. No caso do peso pesado, como tanto Baby quanto David ficaram entre os 22 primeiros, também caberia à CBJ apontar o convocado na hipótese de não haver convite.

Apenas cinco brasileiros serão cabeça de chave no sorteio do Rio-2016, metade dos 10 que tiveram esse privilégio em Londres-2012. Sarah, Erika e Mayra estão em quarto lugar nas suas respectivas categorias e não enfrentam nenhum das três primeiras do ranking mundial até a semifinal. 

Victor, em sétimo na categoria até 81kg, tem chave privilegiada até as quartas de final. O mesmo acontece com Baby, oitavo favorito no peso pesado. Os demais brasileiros não terão qualquer privilégio no sorteio das chaves da Olimpíada, podendo estrear contra os candidatos ao ouro.

Para divulgar os convocados, a CBJ publicou vídeos de meia em meia hora em seu perfil no Facebook, com atletas medalhistas olímpicos anunciando os escolhidos em cada subdivisão de peso. A lista começou com Sarah Menezes e Felipe Kitadai e terminou com Maria Suelen Altheman e Rafael Silva.

A primeira polêmica foi a convocação da categoria ligeiro. Eric Takabatake encerrou o ranking olímpico apenas 21 pontos à frente de Felipe Kitadai (1.252 a 1.231). Mas pesou a favor de Kitadai, atleta da Sogipa, de Porto Alegre, os resultados expressivos em competições maiores, como o quinto lugar no Mundial do ano passado e também em Tóquio. Além disso, ele é hexacampeão pan-americano e ganhou uma surpreendente medalha de bronze nos Jogos de Londres.

Preterido, Takabatake, do Pinheiros, só chegou à seleção brasileira em 2013, impressionando com quatro finais consecutivas. Ele ganhou 11 medalhas no Circuito Mundial durante o ciclo olímpico, mas sempre em eventos de menor expressão – Grand Prix e Open. Em Grand Slam, fez dois sétimos lugares e nada mais. Nos dois Mundiais que disputou, foi eliminado de forma precoce.

Depois, havia também uma indecisão na categoria meio-pesado. Luciano Corrêa foi o titular da seleção ao longo de todo o ciclo olímpico, mas ficou 101 pontos atrás de Rafael Buzacarini, que acabou sendo o escolhido.

Buzacarini, que sequer é faixa preta, conquistou uma surpreendente medalha de prata em Paris, em outubro, e este ano ganhou prata nas etapas de Almaty e Samsun do Grand Prix. Já Luciano, ao longo de todo o ciclo olímpico, só ganhou duas medalhas em eventos de Grand Prix ou Grand Slam, a última delas em fevereiro de 2014.

CONFIRA A CONVOCAÇÃO:

MASCULINO:

Até 60kg – Felipe Kitadai (Sogipa)

Até 66kg – Charles Chibana (Pinheiros)

Até 73kg – Alex Pombo (Minas Tênis Clube)

Até 81kg – Victor Penalber (Instituto Reação)

Até 90kg – Tiago Camilo (Pinheiros)

Até 100kg – Rafael Buzacarini (Associação de Judô Vila Sônia)

+100kg – Rafael Silva (Pinheiros)

FEMININO:

Até 48kg – Sarah Menezes (Associação de Judô Expedito Falcão)

Até 52kg – Érika Miranda (Minas Tênis Clube)

Até 57kg – Rafaela Silva (Instituto Reação)

Até 63kg – Mariana Silva (Minas Tênis Clube)

Até 70kg – Maria Portela (Sogipa)

Até 78kg – Mayra Aguiar (Sogipa)

+78kg – Maria Suelen Altheman (Associação de Judô Rogério Sampaio)

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