CBT apresenta denúncia contra Instituto Sports

  • Por Fernando Sampaio/Jovem Pan
  • 09/01/2015 16h29

Jorge Lacerda Alexandre Conssenza CBT apresenta denúncia contra Instituto Sports

O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda, apresentou denuncia ao Ministério dos Esportes apontando irregularidades e suposta fraude na execução e prestação de contas do projeto 58701.007796/2013-37, denominado COPA RIO JUVENIL DE TÊNIS cujo proponente é o Instituto Sports por suposto desvio de verba pública e falsidade ideológica.

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Abaixo alguns trechos da denúncia entregue ao Ministério dos Esportes:

“INSTITUTO SPORTS X TRY SPORTS

Há uma evidente ligação entre a Try Sports (empresa promotora de eventos- www.trysports.com.br) e o Instituto Sports – proponente do Projeto ora denunciado., havendo muitos indícios, os quais serão elencados pontualmente, que o Instituto Sports fora criado apenas para viabilizar os eventos da Try Sports através da Lei de Incentivo ao Esporte – LIF, utilizando VERBA PÚBLICA para enriquecimento ilícito dos sócios da Try Sports.

Através de uma análise rápida resta evidenciado que a Try Sports e o Instituto Sports são exatamente a mesma empresa, senão vejamos:

Analisando o Estatuto Social e demais atas juntadas ao Projeto perante este Ministério, temos como sócios fundadores do Instituto Sports: Srs. Nelson Aerts, Danilo Marcelino e Aloisio Wolf e Sra. Heidy Aerts (esposa do Sr. Nelson Aerts) e ainda como membros do Conselho de Administração do Instituto figuram novamente os Srs. Nelson Aerts, Danilo Marcelino e Aloisio Wolf, que desde muito tempo, quando Presidente da Orbital, era patrocinador constante dos eventos da Try Sports.

Desta forma, os sócios da Try Sports são membros fundadores do Instituto Sports, sendo inclusive que o Sr. Danilo Marcelino além de ser sócio e membro do Instituto é o atual Presidente do mesmo.

Além desse fato relevante, ambas funcionavam no mesmo endereço. Quando o Instituto foi criado em 2008, o endereço da sede era na Rua Arizona, 708 – São Paulo/SP, onde também era sediada a empresa Try Sports. Em 2013 a Try Sports mudou para a Rua Portugal, 154 – São Paulo/SP e coincidentemente o Instituto Sports também foi para o mesmo endereço, conforme consta dos documentos juntados pelos mesmos ao Projeto protocolizado neste Ministério.”

Em relação a Copa Rio de Tênis Juvenil, Jorge Lacerda questiona o custo superior a R$ 1 milhão, para um evento com duração de um dia e meio com 24 tenistas juvenis, sem pontuação para o ranking da CBT.

“PROVÁVEL SUPERFATURAMENTO DOS SERVIÇOS

Temos que ter em mente que estamos falando de uma evento de um dia e meio para 24 jogadores juvenis que custou para os cofres públicos mais de 1 milhão de reais.

Apenas a título de comparação, a Confederação Brasileira de Tênis – entidade máxima do esporte, aporta em média 120 mil reais em uma etapa do maior Circuito Infanto Juvenil do Brasil – “Circuito Correios”. Sendo que a CBT oferece em uma etapa do circuito, gratuidade de hospedagem e alimentação por 3 (três) dias completos – tempo de duração da etapa, para mais de 90 (noventa) atletas. E este valor ainda inclui, todos os custos de organização, lonas, assessoria de imprensa e transporte aos atletas hotel/clube/hotel.

Ou seja, os valores apresentados e aprovados por este Ministério é um insulto a todos os organizadores de eventos de tênis e atletas ou a qualquer cidadão. Mais uma prova do MAU USO do dinheiro público.”

Segundo o dirigente, o fato mais grave seria o pagamento por serviços não utilizados. Jorge Lacerda afirma que há fortes indícios de que a Copa Rio Juvenil de Tênis teria utilizado gratuitamente toda a infra-estrutura do ATP Rio Open.

“SERVIÇOS PAGOS E NÃO EXECUTADOS – INDÍCIO DE DESVIO DE VERBA PÚBLICA

Analisando as fotos utilizadas na Prestação de Contas do referido projeto e ainda as fotos que constam na página do facebook do evento, nota-se que a Copa Rio Juvenil utilizou exatamente as mesmas quadras, as mesmas arquibancadas, as mesmas estruturas de iluminação e tendas e todos os demais itens relacionados acima do RIO OPEN 2014.

Só de arquibancada e iluminação (que talvez nem fosse necessária, já que eram poucas chaves com jogos programados apenas para o período, com poucos atletas jogando) são mais de 300 mil reais dos quais há indícios de fraude na contratação e pagamento.

É impossível tecnicamente desmontarem um evento do porte do RIO OPEN retirando tudo, arquibancadas, tendas e toda a estrutura e montar tudo novamente, igual, em um dia, pois no dia 25 pela manha a estrutura em tese deveria estar montada.

Além obviamente de ser inadmissível economicamente montar uma estrutura desse porte para 24 atletas juvenis jogarem. Mais uma vez é um insulto a inteligência de qualquer pessoa e um abuso do dinheiro público.”

O tênis brasileiro terminou bem 2014 com ótimos resultados e grandes conquistas internacionais. Fora das quadras o clima promete esquentar. A CBT estará investigando agora todos os eventos do Instituto Sports. Segundo Jorge Lacerda o Instituo Sports está entre as dez entidades que mais utilizou verba pública através da Lei de Incentivo ao Esporte, somando mais de R$ 15 milhões.

Por enquanto, temos aí a investigação no primeiro evento milionário da ONG.

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