Citadini admite: “Lava Jato atrapalha acordo por naming rights da Arena Corinthians”
Derrotado por Roberto de Andrade nas últimas eleições presidenciais do Corinthians, no ano passado, Antonio Roque Citadini hoje faz parte da oposição alvinegra, que não está nada contente com as revelações da 26ª fase da Operação Lava Jato. Elas, afinal, indicaram pagamentos de propinas por parte da Odebrecht ao vice-presidente do clube, André Negão, durante a construção da Arena Corinthians.
Em entrevista exclusiva ao repórter Luís Carlos Quartarollo para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan, Citadini negou a intenção de fazer uma limpa na diretoria corintiana após este escândalo, mas admitiu que as acusações vão acarretar outros problemas ao clube. Entre eles, a maior dificuldade na busca por uma empresa que nomeie o estádio alvinegro.
“A coletividade corintiana está muito preocupada com tudo que está acontecendo. Mas eu acho que o clube tem que fazer duas coisas: primeiro, apoiar a investigação da Lava Jato. Fornecer tudo o que for pedido. E, segundo, não ter compromisso com aqueles que, eventualmente, cometeram os erros. Por outro lado, achamos que devemos respeitar as pessoas. O que nós queremos é que elas tenham direito à defesa e presunção de inocência, como todas as outras. Não queremos condenar ninguém antes do tempo. Sem caça às bruxas”, avisou Citadini, que é conselheiro vitalício e foi vice-presidente do Corinthians entre 2001 e 2004.
“Queremos nos afastar dos problemas. Estamos lutando para fechar um acordo de naming rights, mas, em uma situação desta, com a Operação Lava Jato, dificulta muito uma negociação com uma empresa séria. Por isso que nós, da oposição, gostaríamos que o clube superasse esse problema até para que pudesse resolver os outros. Está faltando publicidade na camisa, naming rights…“, criticou.
A primeira promessa de acordo por naming rights foi feita em 2012 pelo ex-presidente corintiano Andrés Sanchez. Desde então, muitas negociações foram especuladas, mas nenhuma se confirmou. O clube alvinegro segue sem encontrar uma empresa que queira pagar para dar nome à Arena em Itaquera, o que prejudica, e muito, o pagamento do estádio, que ainda está em curso.
O Corinthians esperava, inicialmente, arrecadar R$ 400 milhões com naming rights, mas, hoje, imagina-se, já estaria se contentando com um valor inferior a este. A única coisa da qual se tem certeza é de que, no sempre implacável mercado financeiro, certamente a Lava Jato atrapalhará o clube paulistano.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.