Clima ruim e questão tática: os desafios para Pato ser “reforço” do Corinthians
O Corinthians fez de tudo para vender Alexandre Pato e recuperar, ao menos, parte do muito dinheiro que investiu no atacante. Proposta até houve, como contou o presidente Roberto de Andrade, segundo o qual um clube chinês ofereceu um “negócio nunca visto” para contar com o jogador. Agora, o jeito é aproveitá-lo, pelo menos neste início de temporada. Ainda mais agora, diante da debandada de atletas corintianos – Renato Augusto, Jadson, Ralf, Vagner Love e Edu Dracena já saíram.
A questão do “clima”
No entanto, não será fácil para Pato voltar a defender o manto alvinegro. O primeiro motivo é o relacionamento com a torcida. “Eu acho que para conquistar a Fiel de novo ele vai ter que fazer muitos gols. No ano passado, pelo São Paulo, ele fez, só que o Pato me parece às vezes meio alienado: ele acende e apaga. É um craque, um jogador de nível muito alto, mas acho que está enrolando o Corinthians. Ele tem proposta para sair, o Gilmar Veloz, empresário dele, vai esperar até junho para fazer um pré-contrato com outra agremiação e aí sim ficar com todo o dinheiro da transação. Ou seja: daria um belo chapéu no Corinthians”, analisou o repórter Luís Carlos Quartarollo, da Rádio Jovem Pan.
Mas não é só a torcida que o vê com maus olhos. “O ambiente para ele jogar lá é muito difícil, inclusive entre os jogadores. Quando ele saiu de lá, saiu muito mal. O Corinthians arranjou uma situação para ele jogar em outro clube, continuar em uma suposta vitrine, o que até deu certo, e levou o Jadson, que deu muito certo”, continuou o repórter.
A questão tática
Tite exige o máximo de compromisso tático por parte de seus jogadores. Todos têm de marcar e ocupar sua posição no esquema de jogo – justamente o que falta a Alexandre Pato. Por isso, é improvável que o atacante seja escalado para jogar pelos lados do campo, como fizeram Jadson, pela direita, e Malcom, pela esquerda, em 2015. Só que Pato também não é centroavante, e gosta de jogar mais solto, com um companheiro fixo na área.
Assim, o 4-1-4-1 de Tite teria de mudar para outra formação. Uma das opções seria jogar em um 4-4-2, com Pato pela esquerda e Luciano mais centralizado, quando este se recuperar da grave lesão que sofreu em agosto. Marlone poderia entrar para jogar no meio de campo por algum dos lados, com Malcom do lado oposto. O desenho tático ficaria da seguinte maneira:
Caso queira um desenho mais ofensivo, Tite pode optar por montar a equipe no 4-3-3, com três atacantes, sendo um deles Alexandre Pato, que jogaria pela esquerda. Nessa posição, o atacante foi bem no São Paulo e recebeu elogios do técnico Juan Carlos Osorio, que o comparou a grandes nomes do futebol mundial.
Por fim, outra opção seria manter o esquema consagrado em 2015, mas com Pato no lugar de Jadson pela direita. “É um jogador que joga pelo lado, é um segundo atacante, não é de ficar na área. Tem muita qualidade, mas às vezes parece que não se dá conta disso. Eu acho que vai acabar jogando pelo lado direito, já que o Malcom vai continuar pelo lado esquerdo, mas de qualquer maneira é uma opção a mais para o Tite. Se você analisar todo mundo que saiu, ele tem chance de jogar. Agora só depende dele. Mas acho que a vida dele vai ser muito difícil com a torcida e com os próprios companheiros”, concluiu Quartarollo.
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