COI vê punição “adequada” dos EUA a Lochte e não irá impor mais sanções a nadador

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/09/2016 16h04
Reprodução Twitter Ryan Lochte foi desmentido pelos colegas nesta quinta-feira. Autoridades aguardam pedido de desculpa do nadador norte-americano

O norte-americano Ryan Lochte não receberá uma punição adicional por parte do Comitê Olímpico Internacional por ter mentido ao afirmar que foi vítima de um assalto a mão armada, no Rio de Janeiro, horas após fechar a sua participação com a equipe de natação de seu país de forma vencedora nos Jogos Olímpicos.

O COI considerou “adequada” a sanção já anunciada pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla em inglês), que suspendeu o atleta por dez meses e retirou o bônus de US$ 100 mil que seria pago a ele pela conquista de sua medalha de ouro na Olimpíada. Por causa da punição, o astro ficará fora do Mundial de Esportes Aquáticos do próximo ano, em julho, pois a seletiva norte-americana para a competição ocorrerá um mês antes.

Por meio de um comunicado, a máxima entidade olímpica enfatizou que seu comitê disciplinar decidiu que “não era necessária uma punição adicional de sua parte” contra Lochte. Para completar, o COI disse ter aceitado as suspensões de quatro meses impostas a Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen, companheiros do nadador na equipe norte-americana que também se envolveram na confusão ocorrida na madrugada do dia 14 de agosto em um posto de gasolina no Rio, horas antes de Lochte apresentar falsa versão de assalto para a polícia.

O USOC e a USA Swimming, a confederação norte-americana de natação, anunciaram as punições na última quinta-feira. Suspenso até 10 de junho do próximo ano, Lochte concordou com a punição, que ainda o impedirá de receber qualquer financiamento mensal de uma destas organizações e de poder acessar os centros de treinamento do USOC. Como se não bastasse isso, ele deverá realizar 20 horas de serviço comunitário e vai perder a visita da equipe olímpica dos Estados Unidos à Casa Branca, sede do governo norte-americano, em Washington.

Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen também concordaram com a pena aplicada contra eles, que estão suspensos até 31 de dezembro e também o deixam neste período sem o financiamento de entidades esportivas e sem acesso a centros de treinamento, além de também exclui-los da ida à Casa Branca. Bentz, de 20 anos, também irá prestar dez horas de serviço comunitário por violar uma regra de toque de recolher para atletas menores de 21 anos.

O USOC dá um bônus de US$ 25 mil (R$ 80 mil) aos medalhistas de ouro olímpico, enquanto a USA Swimming premiou com US$ 75 mil (R$ 240 mil) cada campeão olímpico em Jogos anteriores. Mas esse dinheiro não é nada em comparação com o que Lochte perdeu no mês passado quando vários patrocinadores, incluindo a Speedo USA e a Ralph Lauren, deixaram de apoiar o nadador de 32 anos. As estimativas são de que ele teria perdido cerca de US$ 1 milhão (R$ 3,2 milhões).

A suspensão imposta a Lochte é quatro meses maior do que a recebida por Michael Phelps em 2014 por ter sido flagrado dirigindo sob influência de substância proibida pela segunda vez.

No mês passado, a polícia do Rio acusou Lochte de apresentar uma falsa denúncia de roubo, mas o nadador evitou declarar se vai voltar ao Brasil para se defender.

O ouro de Lochte no revezamento 4×200 metros estilo livre foi uma das 121 medalhas que os Estados Unidos ganharam nos Jogos Olímpicos, mas suas ações no posto de gasolina e a falsa versão do incidente ofuscaram uma grande parte da segunda metade do evento. A comissão de ética do Comitê Olímpico Internacional também está avaliando o incidente.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.