Com apagão e chuva, Santos vence o São Paulo no Morumbi e fica perto da final
A movimentada noite de apagão, temporal e jogo disputado no Morumbi deu a vitória e ótima vantagem na semifinal da Copa do Brasil para o time mais técnico e competente. O Santos soube a hora de se impor na noite desta quarta-feira sobre o limitado São Paulo para fazer 3 a 1 e dar um passo gigantesco rumo à decisão, contra Palmeiras ou Fluminense.
O resultado construído no segundo tempo e com dois gols em quatro minutos reforça o favoritismo da equipe santista. Para perder a vaga na semana que vem, o Santos terá de perder por três gols na Vila Belmiro, estádio onde ostenta 11 vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro.
O jogo de bom futebol só foi tumultuado por eventos externos. Um temporal como há tempos não se via na cidade atrapalhou. Antes de vir a água, um apagão deixou os refletores sem luz ainda aos 40 segundos de partida. Segundo o diretor do Morumbi, José Gonçalves, um pico de energia fora do estádio foi o responsável pelos 22 minutos de interrupção.
O São Paulo esperou a pausa no vestiário e retornou decidido a fazer um início de jogo aguerrido, de dentes cerrados, à risca dos gritos da torcida na entrada em campo. O coro de “time de guerreiros” fez cada disputa de bola virar uma luta. A equipe brigou muito, ganhou espaços e mandou no começo.
Thiago Mendes caçou Lucas Lima, Ricardo Oliveira ficou isolado no ataque e a falta de opções sufocou o Santos. Acuado, o time visitante ainda tinha a esperteza a seu favor. Passou 14 minutos nas cordas até cavar uma falha no lado esquerdo da defesa do São Paulo para dar o bote. Por ali Gabriel recebeu o passe de Daniel Guedes e, com frieza, tirou de Ceni.
A desvantagem não desanimou o São Paulo. A equipe se manteve no domínio e continuou intensa, como no ritmo da chuva que começava a cair. O empate veio logo e deixou o placar mais justo. Aos 25 minutos, Michel Bastos cruzou para Pato dominar no peito e finalizar.
A partir daí o temporal apertou até o fim do primeiro tempo. Os trovões agitavam a torcida e os corajosos que aguentavam a forte chuva viram cada time perder uma chance incrível. Ricardo Oliveira saiu na cara de Rogério Ceni e hesitou para finalizar. Depois, Ganso dominou na área e, desequilibrado, chutou torto para fora.
No intervalo, parou de cair água, mas ficaram como herança no gramado algumas poças. O escorregadio campo fez como vítima Rogério Ceni. No começo do segundo tempo o goleiro escorregou ao tentar cortar um escanteio e, quando já estava de pé, mal viu Ricardo Oliveira pegar a sobra e chutar rasteiro e no canto para fazer 2 a 1.
A nova desvantagem fez o São Paulo se encolher e, então, sumiu e pegada que dava resultado. A defesa voltou a mostrar debilidade dos jogos anteriores e, na primeira bola que teve liberdade, Lucas Lima colocou na cabeça de Marquinhos para fazer 3 a 1, logo na sequência.
O placar murchou mais a torcida são-paulina do que o temporal. O tamanho silêncio do estádio fez ecoar o barulho do apito do árbitro e o grito dos poucos santistas presentes, que em pleno Morumbi chamavam o time tricolor de freguês.
O São Paulo se jogou ao ataque e ainda perdeu ótimas chances. O time já era mais movido pelo desespero do que pela garra. Já o Santos desfrutava da tranquilidade e por pouco não fez outro, ao acertar a trave nos instantes finais da partida.
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