Com campeões mundiais, Rogério Ceni se despede do futebol no Morumbi lotado
O goleiro com o maior número de gols marcados na história do futebol, Rogério Ceni, se despediu dos gramados nesta sexta-feira, aos 42 anos, homenageado como um “mito” em uma partida comemorativa pelo São Paulo, clube que defendeu durante quase toda a carreira.
Com 131 gols (69 de pênalti, 61 de falta e um com a bola correndo) anotados em 1.237 partidas disputadas em seus 25 anos de carreira, Ceni, campeão mundial com o Brasil em 2002 e até este ano titular indiscutível do São Paulo, se despediu como o décimo maior artilheiro do tricolor paulista.
Em um Morumbi lotado para um jogo festivo que reuniu vários dos maiores ídolos do São Paulo, o goleiro entrou em campo depois que o locutor do evento citou todos os títulos que conquistou com o clube, incluindo o tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008 e as duas Taças Libertadores.
Para o delírio dos cerca de 50 mil são-paulinos que esgotaram os ingressos para o jogo de despedida, o locutor também destacou o papel de Ceni como melhor jogador e campeão mundial de clubes com o São Paulo em 2005, assim como os quatro recordes do goleiro-artilheiro já homologados pelo Guinness, o livro dos recordes, e as “milhares de defesas milagrosas e inesquecíveis”.
No jogo comemorativo, um dos times contou com os campeões mundiais de clubes com o São Paulo em 1992 e 1993, como Raí e o ex-goleiro Zetti, que Ceni substituiu em 1997.
No outro estavam os campeões mundiais de 2005, título do qual Ceni foi protagonista com jogadas grandiosas, entre os quais Amoroso, Souza, Richarlysson, o uruguaio Diego Lugano e até o técnico Muricy Ramalho.
“É grandioso homenagear Rogério hoje, pois ele é um grande exemplo de profissional com quem comecei junto no São Paulo, olhando sua história, seu sacrifício. Ele merece esta festa”, disse Muricy Ramalho.
Rogério Ceni jogou o primeiro tempo como goleiro de uma das equipes e no segundo atuou como atacante para o outro time.
Além dos talentos como goleiro e atacante, os torcedores são-paulinos também puderam apreciar Ceni como vocalista de rock, já que o goleiro cantou junto com a banda Ira! durante o intervalo.
Em 2006, Rogério se transformou no maior goleiro-artilheiro reconhecido pela Fifa ao superar o paraguaio José Luis Chilavert.
Em outubro deste ano, Ceni também bateu o recorde do galês Ryan Giggs, que defendeu o Manchester United, como o jogador que mais disputou jogos pelo mesmo clube (509).
Rogério anunciou sua despedida definitiva do futebol profissional no domingo antes da última rodada do Campeonato Brasileiro. No entanto, o goleiro não entrou em campo naquele que seria seu último jogo oficial em seus 25 anos de carreira profissional por causa de uma lesão.
O jogador-símbolo do São Paulo pendurou as luvas e as chuteiras com um importante histórico: 26 títulos – 22 com o São Paulo e quatro com a seleção brasileira – entre os quais se destacam os dois Mundiais, um com a camisa do São Paulo (2005) e o outro com a amarelinha (2002).
“Quero agradecer a todos os meus parceiros a oportunidade de viver o que vivi no São Paulo”. “Torcedor são-paulino, vocês foram o motivo de tudo isso. Um sonho que durou 25 anos e confesso que estou muito feliz, porque eu acredito que esse era o único clube capaz de propiciar uma festa como essa”, disse Ceni ao final da partida.
“Meu último pedido talvez seja o mais difícil, mas um dia vai acontecer e é pedir para todos os meus familiares que, quando eu morrer, quero que meu corpo seja cremado e suas cinzas sejam lançadas aqui (no Morumbi) para que eu me lembre para sempre de tudo que aconteceu aqui”, concluiu o “mito”.
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