Com carrinho baleado, “Monstruário” retrata abusos na organização do Rio 2016

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2016 17h41
Divulgação Objetivo da mostra "Monstruário" é criticar a ação do Estado na organização dos Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiros vão acontecer em agosto e serão mais uma edição da festa do esporte mundial. No entanto, por trás do celebrado evento existe uma realidade que não é mostrada com tanto afinco pela organização, pelo Estado e pela imprensa: a realidade de quem sofre na capital carioca.

Para mostrar esses problemas, foi criado o “Monstruário” do Rio 2016. Nele, são vendidos itens que mostram os absurdos ocorridos na cidade para a realização do evento. O cartão de visitas, por exemplo, retrata jovens negros colocados de frente a uma parede com o símbolo dos Jogos. Já uma almofada tem a forma de um trato, representando as remoções forçadas de moradores de comunidades carentes.

O Monstruário expõe não só os abusos do Estado cometidos na organização da Olimpíada, mas também aqueles que já fazem parte do cotidiano do Rio. Entre eles está uma das peças mais fortes, um carrinho de brinquedo com 111 buracos representando o carro que foi alvejado com 111 tiros pela polícia. Há também um chinelo com os mesmos jovens negros sendo revistados em frente a um ônibus, em referência às ações da polícia contra integrantes de comunidades carentes que vão à praia.

Criada pelo ativista Rafael Puetter, o Rafuco, a mostra está sendo exposta no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no centro do Rio de Janeiro.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.