Com festa e poucos protestos, Tocha Olímpica passa por São Paulo neste domingo
Zetti
ZettiA passagem da tocha olímpica pela cidade de São Paulo, neste domingo, durou mais de 12 horas. Ao longo de 51 quilômetros, a chama passou por marcos importantes cidade, contou com apoio popular e poucos protestos isolados. Havia o temor de que a chama olímpica fosse alvo de manifestações em São Paulo e, além da proteção de homens da Força Nacional, foram deslocados 2.500 policiais militares para acompanhar o cortejo. Não foram registrados incidentes, segundo a Polícia Militar.
O desfile começou às 7h45, no Museu do Ipiranga, e terminou às 19h50 com show do sertanejo Luan Santana e da cantora Ludmilla, no Sambódromo do Anhembi. Nesta segunda-feira, a chama olímpica continua o seu trajeto pelas cidades de Suzano, Mogi das Cruzes, Jacareí e São José dos Campos.
Campeão olímpico de vôlei em Barcelona, na Espanha, em 1992, Amauri Ribeiro abriu o revezamento. “É muita emoção. Fico lisonjeado com a homenagem”, declarou Amauri, atual técnico da seleção brasileira de vôlei paralímpico. Em meio a 1,5 mil pessoas, de acordo com a Guarda Municipal, dois manifestantes exibiram uma faixa com um “Salvem o Museu”. O prédio está fechado para reformas e só deve reabrir ao público em 2022.
Em seguida, o campeão mundial de skate vertical em 2013, Rony Gomes, desceu a rampa do Parque da Independência fazendo manobras com a tocha em punho. Na sequência, a chama foi conduzida com destino ao Mercado Municipal.
Na Praça da Sé, o revezamento se deparou com centenas de moradores de ruas. “É um pouco difícil ficar contagiado por aqui. Tenho a impressão de que esse local não foi bem escolhido”, disse a aposentada Elisa Maria Rocha, surpresa com todo o aparato da festa ao deixar a Catedral da Sé, como faz todos os domingos.
Na região da avenida Paulista, o auge da animação ocorreu na esquina com a rua Haddock Lobo, onde anéis olímpicos foram erguidos por cabos de aço, que sustentaram bailarinos. Uma orquestra, suspensa no ar, encantou o público. “Foi incrível! Trouxe o meu filho de 5 anos e ele queria correr atrás da tocha, mas nossos olhos brilharam para essa apresentação”, disse a comerciante Antonia Guilherme Rufino.
Ainda na Paulista, houve um protesto de aproximadamente 30 pessoas. Com megafone e faixas, os manifestantes gritaram “Fora Temer” e “Não ao golpe”, de forma pacífica. Eles empunharam balões nas cores vermelha e preta.
No Parque do Ibirapuera, muitas pessoas que estavam visitando o local se aglomeraram para acompanhar a movimentação. Pequenas bandeiras do Brasil foram distribuídas por patrocinadores. “Vi no jornal e escolhemos aqui para ver. A passagem da tocha serve para avivar o sentimento olímpico e chamar a atenção para os Jogos no Brasil, mesmo no momento de crise. Tem que separar as coisas”, destacou o médico Mario Campanati Ribeiro.
Na avenida Brasil também houve protesto de 30 pessoas em frente a uma concessionária de automóveis, com bandeiras do Sindicato dos Comerciários. No Pacaembu, um pequeno grupo faz um protesto político gritando: “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”.
O telão do estádio mostrou fotos de atletas brasileiros que já participaram dos Jogos Olímpicos. Crianças e adultos que antes fizeram apresentações no gramado do Pacaembu e fizeram um corredor humano para a passagem da tocha. A chama deu uma volta olímpica no estádio. O jogador de basquete da NBA Anderson Varejão carregou a tocha na saída do estádio, na praça Charles Muller, e foi cercado por uma multidão.
Do Memorial da América Latina, na Barra Funda, o revezamento se dirigiu para a avenida Pacaembu. O trânsito ficou lento na região porque muitos motoristas pararam seus carros por curiosidade. No Sambódromo, no encerramento do percurso, coube aos ex-jogadores Zetti (São Paulo), Rivellino (Corinthians) e Ademir da Guia (Palmeiras) acenderam a pira olímpica.
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