Com grande atuação, São Paulo bate o Figueirense e entra no G4
Tudo bem que Pato e Rogério Ceni marcaram os gols da vitória do São Paulo por 2 a 0 sobre o Figueirense, nesta quarta-feira, mas peço licença ao leitor para focar em outro personagem, de importância similar. Foi ele, Breno, que justificou uma atuação “monstro” do Tricolor. Monstro, com “m” maíusculo, o apelido que o zagueiro, agora volante, recebeu carinhosamente dos torcedores são-paulinos. O resultado colocou o Tricolor na 3ª colocação do Campeonato Brasileiro.
Breno representou aquilo que foi o São Paulo do técnico Juan Carlos Osorio no Orlando Scarpelli. Forte. Grande. Imponente. Em cada espaço do campo, havia um jogador do Tricolor, havia um Breno. Este, na cabeça de área, confundia quem via o jogo: como é possível tamanho vigor após ficar mais de quatro anos sem jogar uma partida de futebol sequer? O camisa 33 reestreou contra o Corinthians no último domingo, foi titular pela primeira vez nesta quarta e dá passos largos para sepultar o passado de incêndio e prisão na Alemanha.
Foi com tal vigor que o São Paulo encurralou o Figueirense no primeiro tempo. Osorio fez seis mudanças com relação ao time do clássico (entraram Thiago Mendes, Reinaldo, Breno, Wesley, Auro e Pato) e alterou até o esquema, de três para quatro defensores, mas a pegada foi mantida e a pressão no campo de ataque. O gol, desta vez, não demorou a sair.
Aos 13 minutos, Pato recebeu ótimo passe de Ganso e, da entrada da área, fuzilou o gol de Alex Muralha. Sem chances. E um recorde: com seu gol 19, o atacante superou o desempenho da melhor temporada como profissional, em 2008-2009, quando fez 18 pelo Milan (ITA), em 42 jogos. Pato está voando. O São Paulo de Osorio também.
Com o meio de campo congestionado e pegada na frente, o Tricolor não deu espaços ao adversário. Não adiantava as arrancadas de Rafael Bastos, as tabelas de Clayton e Marcão, as subidas dos laterais Leandro Silva e Marquinhos Pedroso. Era o espírito de Breno monstruoso incorporado nos paulistas.
No primeiro tempo, mais um. Aos 25 minutos, o volante quase teve a consagração. Após bate e rebate na área, finalizou com força, mas a bola parou na mão de Marcão. O árbitro deu pênalti. Olha aí a contribuição de Breno. Rogério Ceni não desperdiçou a oportunidade e cobrou bem, para marcar seu gol de número 130 na carreira: 2 a 0 São Paulo.
O gol nocauteou os donos da casa. O São Paulo passou a variar seus golpes, trocar passes, envolver. Enquanto as tentativas ofensivas do Figueira eram envolvidas por um volante mordedor. Breno deu carrinho, chegou junto, passou bem. Por tudo que passou, ele merece esse momento. Ninguém mais que ele merecia o resultado positivo em Florianópolis.
No segundo tempo, Osorio voltou com a mesma formação, apesar de Ceni ter sentido a virilha direita ao cobrar o pênalti. O ritmo do time caiu, mas o Figueira de Argel Furks seguiu inexpressino, como se temesse o monstro, ou os monstros que estavam em campo.
Houve ainda tempo para Luiz Eduardo, outro recém-chegado ao São Paulo, ser expulso após atingir bisonhamente o meia Rafael Bastos, o melhor em campo do Figueirense. O zagueiro-economista será desfalque para o Tricolor. Mas não faz mal.
Da noite em Floripa, os paulistas levarão a vitória, a entrada no G4, pulando para a terceira colocação com 30 pontos e a recuperação de Breno. A atuação mais importante da noite. Ao Figueirense, resta lamentar a segunda derrota dentro de casa neste Brasileiro e ligar o alerta: a equipe segue beirando a zona do rebaixamento.
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