Com inconformismo de familiares, vítima de briga de torcidas em SP é enterrada

  • Por Agência Estado
  • 08/04/2016 13h02
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SP - BRIGA/TORCIDA/MORTE - ESPORTES - Cerca de 50 torcedores dos dois times se encontraram na Estação São Miguel Paulista da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, na zona leste da capital paulista, na manhã deste domingo. Durante a confusão, houve um disparo de arma de fogo que atingiu um pedestre que passava pelo local. A vítima, que não participava da confusão, foi atingida no coração e não resistiu aos ferimentos. 03/04/2016 - Foto: HELIO TORCHI/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Agência Estado Local onde José Silva foi atingido por um tiro no bairro de São Miguel Paulista

O inconformismo com a violência das torcidas organizadas e a tristeza dos familiares marcaram o enterro de José Sinval Batista Carvalho, vítima dos conflitos de domingo entre corintianos e palmeirenses em São Miguel Paulista. “Essa violência tem de acabar”, disse o irmão José Celso Batista de Carvalho. “Eu me sinto inconformada”, disse Selma Batista de Carvalho, irmã da vítima. 

Cerca de 50 pessoas estiveram no enterro na manhã desta sexta-feira, no Cemitério da Saudade, zona leste de São Paulo. Participaram da cerimônia não apenas os parentes, mas também moradores da região de São Miguel Paulista que ficaram sensibilizados com a tragédia. O silêncio marcou toda a cerimônia, realizada de forma simples e rápida, em cerca de 20 minutos.

Sinval foi a única vítima dos confrontos generalizados que aconteceram em quatro pontos de São Paulo, antes e depois do clássico do último domingo entre Corinthians e Palmeiras. Ele foi atingido por um tiro no peito na praça Padre Monteiro Aleixo Mafra, também conhecida como praça do Forró. Os familiares contam que Sinval não gostava de futebol e estava na praça apenas passeando – ele é morador do bairro Cidade Nova São Miguel. 

Sinval demorou a ser reconhecido por estar sem documentos na manhã de domingo. Ele saiu apenas com R$ 5 e um cartão telefônico. A identificação foi feita com a comparação das impressões digitais com o cadastro estadual da polícia e o reconhecimento dos familiares. Ao longo da semana, a polícia divulgou um retrato falado para facilitar a identificação. 

A polícia ainda investiga a origem do disparo – o projétil e a arma ainda não foram localizados. Ao todo, 60 pessoas foram presas após os confrontos entre corintianos e palmeirenses, antes e depois do clássico, em São Miguel Paulista, na estação Brás, da Linha Vermelha do Metrô, em Guarulhos e em Pinheiros. Todos foram liberados após assinatura de um termo circunstanciado.

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