Com Morumbi e sombra de Juvenal, Aidar e Abdalla discutem o futuro do São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2014 20h44
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Site Oficial/São Paulo FC/Divulgação Construção da cobertura do Morumbi vem criando atrito entre oposição e situação Tricolor

O São Paulo está perto de uma das eleições mais importantes de sua história. Em abril deste ano, Kalil Rocha Abdalla e Carlos Miguel Aidar disputam para saber quem herdará o comando do clube tricolor depois de quase oito anos sob a tutela de Juvenal Juvêncio. Retomar o caminho de um clube que foi coadjuvante em 2013, vivendo até um possível risco de rebaixamento e a pressão para a reforma do Morumbi, com os seus principais rivais perto de abrir modernas arenas, são alguns dos desafios que o novo presidente enfrentará.

Em entrevistas exclusivas para a Joven Pan Online, tanto Abdala quanto Aidar expuseram quais são os seus planos para a equipe tricampeã do mundo. A influência de Juvenal na futura política são-paulina, o planejamento para o novo estádio e contratações para uma equipe em crise no último ano são os principais motes de campanha de cada candidato. . 

Aidar: novo Morumbi e time competitivo

Aidar já foi presidente do clube entre 1984 e 1988 e garante conhecer muito bem o ambiente são-paulino. “Nunca me afastei de perto dos problemas mais graves do São Paulo. Nos momentos cruciais para o clube, nunca me afastei nem do Juvenal Juvêncio e nem do Marcelo Portugal Gouveia que, por sinal, foram crias minhas no clube”, disse.

Um dos pilares centrais de sua candidatura é a modernização do Morumbi. “Eu quero executar essa obra de modernização do Morumbi. Em 2015, teremos um estádio totalmente pronto com essa grande reforma. Na verdade, é quase que a construção de um novo estádio, não é só instalar uma cobertura”, exalta.

Recentemente, a oposição Tricolor boicotou a votação que aprovaria o início da obra alegando desconhecer detalhes. “Como candidato, eu fui atrás dos contratos que se relacionam com essa obra. Todos puderam ver o contrato, ficou na secretária do clube quando foi convocado. Procurei quem elaborou os contratos e tirei todas as minhas dúvidas”, explicou.

Aidar rasgou elogios ao projeto e ressaltou o fato de o clube não arcar com seus gastos. “É impossível não aceitar essa obra como a melhor coisa para o São Paulo. Primeiro, estamos construindo praticamente um novo estádio, dois prédios de estacionamento e uma arena multiuso de 28 mil lugares. Tudo está previsto no contrato, com detalhes inacreditáveis e sem custo para o clube. Não vamos pegar dinheiro do BNDS, não vamos dever dinheiro para construtora. O estádio continua sendo nosso”, declarou.

Quanto ao futebol, Aidar prometeu uma melhora intensa na qualidade do time. “Teremos uma paralisação longa. A partir daí, teremos a ressaca da Copa do Mundo. O futebol começará para valer em agosto. e até lá temos que montar um time. Eu asseguro que teremos um grande time. Vou investir muito no futebol”.

Ele garantiu que haverá mudanças no time para não repetir o péssimo ano de 2013. “Claro que o elenco precisa ser reforçado, não dá pra ficar do jeito que está. Sou crítico e sou torcedor, quero ver um time melhor. Treinador, comissão técnica e bons jogadores nós temos. Precisamos colocar algumas peças a mais para melhorar nosso grupo”.

Abdalla: Descentralização com o fim da Era Juvenal

Candidato de oposição, Kalil Rocha Abdalla, participou da diretoria por doze anos, e disse que nunca sonhou ser presidente do São Paulo, mas atendeu o apelo de um grupo de dissidentes, que o escolheram para ser o candidato da oposição.

O motivo para a criação desta chapa, segundo ele, foi o descontentamento com a administração de Juvenal Juvêncio. “Ele não era transparente. Era senhor dono de tudo, general, coronel do Morumbi. Modificou o estatuto para tornar possível seu terceiro mandato e para obras no estádio, e também quer diminuir o quórum de 75% para 50%, o que nós somos visceralmente contra. O contrato para as obras no estacionamento, por exemplo, ele não mostrou para ninguém, ninguém da diretoria teve acesso”.

Kalil ressalta que a primeira modificação a ser feita, no caso de eleição, é a alteração no estatuto, reduzindo o período do mandato de abril de 2017 para novembro ou dezembro de 2016. “Quem assume em abril pega a janela de transferências fechada e precisa ficar com os jogadores, com todo o orçamento da gestão anterior. Se ganharmos vamos tentar contratar dentro do possível, com a amizade de outros presidentes, e torcer para que o time embale”.

A esperança de Kalil é com a eleição dos conselheiros, que ocorre na primeira quinzena de abril. “Hoje o Juvenal tem maioria porque foi um mito como presidente, marcou personalidade, mas esqueceu que o tempo passa e acabou angariando antipatia. Com a eleição dos conselheiros temos chances, pois entre os vitalícios eu garanto metade dos votos”.

Quando o assunto são reforços, é bom o torcedor não esperar grandes contratações para 2014. “O futebol vamos encontrar o que está feito, em abril não terá portas abertas para contratar. Vamos tentar dentro do possível, usando nossa amizade com os presidentes de clubes e ligações com a federação paulista. Mas entendo que é difícil”, lamenta Abdalla que ainda lembra que não sabe a situação financeira do São Paulo, já que Juvêncio não divulga os números para os conselheiros.

Falta de divulgação que por sinal é o grande argumento do candidato ao defender o veto à reforma do Morumbi nas últimas reuniões do clube.“Nós só discordamos do estacionamento. Nós não temos noção da planta, sabemos apenas o local, não tem alvará para isso. Ele não permite ver o contrato, apenas dá esclarecimentos pelos escritórios de advocacia que estão ajudando”, ataca. 

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